Folha de S. Paulo


Invepar é alvo da Polícia Federal no Rio em nova fase da Lava Jato

A 28ª fase da Operação Lava Jato teve como alvo na cidade do Rio de Janeiro a Invepar, empresa responsável pela gestão do aeroporto internacional de Guarulhos e do metrô carioca. O presidente da companhia, Gustavo Nunes da Silva Rocha, 48, foi levado para a superintendência da PF para prestar depoimento. Contra ele havia um mandado de condução coercitiva.

Os agentes da PF cumpriram ainda mandados de busca e apreensão na sede da companhia, no centro do Rio, e também na residência de Rocha, em Ipanema, na zona sul carioca.

Nos endereços citados, os policiais apreenderam computadores, documentos e HDs.

Esta nova etapa da Lava Jato investiga um suposto esquema de corrupção que teria a participação do ex-senador Gim Argello e de executivos da construtora OAS, que detém 24,4% das ações da Invepar.

Os investimentos da Invepar estão concentrados no setor de infraestrutura em vários estados do país. Administra, por exemplo, a rodovia BA-099, no Estado da Bahia. No Rio, tem a concessão da Linha Amarela (RJ), via expressa que liga a zona norte à zona oeste da cidade.

Além da OAS, a Invepar tem como acionistas os fundos de pensão Previ, Petros e Funcef.

Em nota, a assessoria da Invepar disse que a investigação em curso não tem relação com a operação da Invepar: "O objeto do mandado refere-se somente a temas específicos da OAS, sem nenhuma referência às concessões e negócios da Invepar. A Invepar ressalta, ainda, que colabora com as autoridades".

MENSAGENS

Segundo procuradores da força-tarefa da Lava Jato, Gustavo da Silva Rocha trocou mensagens como o presidente da OAS, o empreiteiro José Ademário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro.

Nas conversas interceptadas, Rocha conversa sobre as convocações de executivos da OAS feitas pela CPI da Câmara da Petrobras e pela Comissão Parlamentar Mista da Câmara e do Senado.

Em 30 de setembro de 2014, Léo Pinheiro pede, também via mensagem de texto, que Rocha faça um contato com Gim Argello, na ocasião integrante da CPMI da Petrobras.

"Falei com ele (Gim Argello) agora. Fiquei de retornar com os próximos passos. Abs", responde o executivo da Invepar a Léo Pinheiro.

Os mandados de busca desta fase cumpridos no Rio, São Paulo, Brasília e Taguatinga procuram por provas que comprovem a prática de crimes de concussão e lavagem de dinheiro.


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