Folha de S. Paulo


Justiça investiga coronel exonerado que acusou Dilma de não ter escrúpulo

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Brazil's President Dilma Rousseff takes a selfie with a man after a meeting with jurists at Planalto Palace in Brasilia, Brazil, March 22, 2016. REUTERS/Gregg Newton EDITORIAL USE ONLY. NO RESALES. NO ARCHIVE TPX IMAGES OF THE DAY ORG XMIT: BSB110
Presidente Dilma faz selfie com participante de evento no Palácio do Planalto

O Ministério da Justiça instaurou um inquérito administrativo para apurar a conduta do ex-diretor-substituto da Força Nacional, coronel Adilson Moreira, que enviou uma carta aos seus subordinados dizendo que a presidente Dilma Rousseff não tem escrúpulos.

No comunicado, veiculado pelo "Globo", ele diz que está deixando a cadeira a pedido da família e que "não precisa ser muito inteligente para saber que estamos sendo conduzidos por um grupo sem escrúpulos, incluindo aí a presidente da República".

Exonerado nesta quarta (30) do cargo de comando da Força Nacional, Moreira escreve ainda que se sente "cada vez mais envergonhado", de acordo com a publicação.

"A nossa administração federal não está interessada no bem do país, mas em manter o poder a qualquer custo. Como o compromisso era de não causar solução de continuidade, solicitei para a secretária apontar em alguns dias um substituto", acusa o coronel na carta endereçada a tenentes-coronéis da Força.

O Ministério da Justiça, pasta à qual a Força Nacional é vinculada, afirmou ter tomado conhecimento do episódio pela imprensa e classificou como "graves" as declarações do servidor. Segundo o MJ, a atitude pode implicar em "falta disciplinar e gesto de deslealdade administrativa", detalha o ministério em nota oficial.

O episódio será levado à Comissão de Ética Pública da Presidência da República, já que Moreira se referiu à presidente Dilma Rousseff. Na carta, de acordo com jornal, o coronel diz que havia pedido para ser exonerado no prazo máximo de quinze dias.

A Folha não conseguiu localizar o servidor até o fechamento desta reportagem.


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