Folha de S. Paulo


Delcídio do Amaral pede ao STF para permanecer mais dias em São Paulo

Pedro Ladeira - 20.out.2015/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 20-10-2015, 19h00: O senador Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo no senado. Plenário do senado federal durante sessão deliberativa. O presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) preside a sessão. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) alega problemas de saúde para ficar na cidade

A defesa do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) para esticar até o próximo dia 22 a autorização para que ele permaneça em São Paulo para exames médicos.

Este é o segundo pedido de afastamento que o senador faz após ter sido solto, em 19 de fevereiro. Delcídio está afastado do trabalho no Senado desde o fim de novembro do ano passado.

No dia 23, ele solicitou 15 de licença médica e foi à São Paulo fazer exames. Segundo seus advogados informaram ao longo da semana, alguns dos procedimentos médicos foram muito invasivos e ele estaria ainda inabilitado para retomar os trabalhos.

O pedido será analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato. Na semana passada, o ministro liberou Delcídio para permanecer na capital paulista até a próxima segunda (7), quando apresentou um atestado alegando transtorno de ansiedade.

A ampliação da viagem foi solicitada pelos advogados que apontaram problemas do senador com diabetes.

O pedido acontece um dia depois de vazar que Delcídio fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República e teria citado a presidente Dilma e o ex-presidente Lula, além de vários políticos.

O senador está em prisão domiciliar, tendo autorização para sair para trabalhar no Senado, mas tem que se recolher em casa à noite e nos dias de folga. Se estiver licenciado ou afastado do cargo, não pode sair sem autorização judicial. Ele ficou preso por três meses acusado de atrapalhar as investigações da Lava Jato.

De acordo com documentos divulgados pela revista "IstoÉ", o senador revelou aos investigadores que o ex-presidente mandou subornar o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, em troca de seu silêncio.

O senador, afirma a revista, também diz que Dilma Rousseff tentou por três vezes interferir na Lava Jato com a ajuda do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Em uma delas, teria usou sua influência para evitar a punição de empreiteiros, ao nomear o ministro Marcelo Navarro para o STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Em seu relato, Delcídio cita outros senadores e deputados, tanto da base aliada quando da oposição. O governo nega as acusações e tenta desqualificar Delcídio, apontando que ele age por vingança após ter ficado três meses presos, sob acusação de que tentou atrapalhar as investigações da Lava Jato.

O Instituto Lula também negou que o ex-presidente, que foi alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato, tenha cometidos atos ilegais.


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