Folha de S. Paulo


Reunião entre Dilma e Bachelet foca em relações comerciais no continente

Rodrigo Garrido/Reuters
Dilma Rousseff e Michelle Bachelet durante encontro em Santiago
Dilma Rousseff e Michelle Bachelet durante encontro em Santiago

O fortalecimento das relações comerciais entre Brasil, Chile e os países da América do Sul como medida para combater a crise foi o principal assunto das conversas das presidentes Dilma Rousseff e Michelle Bachelet em encontro nesta sexta-feira (26) em Santiago.

Dilma agradeceu Bachelet por sua iniciativa de aproximar o Mercosul da Aliança do Pacífico (grupo formado por Chile, Colômbia, México e Peru) em um cenário de desaquecimento econômico.

Elas falaram em aprofundar os acordos comerciais entre os blocos, que deverão ter um encontro o mais breve possível. Dilma disse ainda que o relacionamento dos grupos é estratégico para a América do Sul, podendo gerar investimentos e empregos.

"Em um momento de queda dos preços das commodities, de desaceleração das economias emergentes e de crise mais profunda, nós temos este caminho que leva a maior criação de emprego e renda."

As mandatárias ressaltaram a importância de realizar a integração física dos países, com um corredor rodoviário entre Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, e Iquique, no litoral chileno.

Em dezembro, Brasil, Argentina, Paraguai e Chile fecharam um acordo para iniciar os estudos da obra. Segundo Dilma, a integração física dos países também significará um maior volume de comércio.

Ainda foram tratados na reunião a permissão para que empresas de um país participe de licitações de compras do governo de outro país e um acordo de cooperação de serviços financeiros que facilite, por
exemplo, financiamentos internacionais.

As transações comerciais entre Chile e Brasil recuaram 17,9% no ano passado e atingiram US$ 7,4 bilhões. O valor é o menor desde 2009, quando, em meio a crise internacional, o comércio bilateral ficou em US$ 5,3 bilhões.

AUSÊNCIA

Com a viagem ao Chile, fica mais difícil a participação de Dilma na festa de 36 anos do PT, marcada para este sábado (27) no Rio de Janeiro.

O voo de volta da presidente está programado para sair de Santiago às 17h e tem como destino Brasília. A festa do partido começa às 18h.

O evento acontece em um dos momentos de maior tensão na relação do partido com Dilma, que chegou a dizer a aliados que gostaria de não participar do evento.

A viagem da presidente foi organizada em cima da hora -os preparativos começaram há cerca de uma semana.

O sub-secretário-geral da América do Sul, Central e do Caribe, embaixador Paulo Estivallet, afirmou que a decisão abrupta se deu porque a agenda de Dilma estará bastante atribulada nos próximos meses, sobretudo no segundo semestre por causa da Olimpíada.


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