Folha de S. Paulo


Servidores do Rio invadem plenário de Assembleia após parcelamento de 13º

Servidores estaduais do Rio invadiram nesta segunda-feira (21) o plenário da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) em protesto contra o atraso no pagamento do 13º salário. A manifestação ocorreu durante a votação da lei orçamentário do ano que vem.

Três seguranças ficaram feridos e servidores foram afastados pelos seguranças da Alerj com gás de pimenta. Os problemas começaram antes da sessão. Os servidores, comunicados na semana passada de que o 13º salário seria pago em cinco vezes, foram à Alerj protestar contra a decisão.

Outros estavam lá por não terem conseguido, até aquele momento, retirar a parcela do vencimento nesta segunda. Quem não conseguiu chegar às galerias seguiu para os corredores da assembleia e tentou invadir o plenário entre a terceira e a quarta sessão. Uma servidora chegou a ser empurrada.

Das galerias, os manifestantes gritavam palavras de ordem, o que levou o presidente da Alerj, o deputado Jorge Picciani (PMDB), a suspender a sessão por cinco minutos. A sessão extraordinária aprovou R$ 80 bilhões como orçamento do Rio para 2016. O projeto irá para o Diário Oficial on-line e depois votado novamente.

Após anunciar o parcelamento em cinco vezes da segunda parcela do 13º salário, o governo anunciou que o banco Bradesco faria empréstimos consignados para que todos os servidores recebessem nesta segunda-feira o valor integral. O Estado vai pagar os juros e encargos da operação.

Para efetivar esse pagamento, o funcionário tem que comparecer à agência e confirmar o interesse no empréstimo subsidiado. As agências do banco ficaram lotadas pela manhã. "Houve um problema pela manhã mas que já foi normalizado. Os nossos servidores já retiraram o salário. Isso aconteceu por ser uma medida inédita. Agora, se continuar do jeito que está, a possibilidade é de termos uma depressão", afirmou o secretário estadual de Fazenda, Júlio Bueno.

O Bradesco declarou, via assessoria de imprensa, que as agências vão estender, até o dia 15 de janeiro, o seu horário de funcionamento até as 18h.

À tarde, a parcela do 13º salário começou a ser paga pelo governo estadual. De acordo com Bueno, há chance de que em 2016 o salário do servidor do Rio passe a ser parcelado. "Se o cenário continuar deste jeito essa possibilidade existe", disse.

A crise financeira do governo do Rio se agravou com a chegada do fim do ano. UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) deixaram de funcionar 24 horas por dia e funcionários de limpeza abandonaram o trabalho em diversos hospitais. Os problemas se devem ao atraso no pagamento a fornecedores de mão de obra do Estado.

Na educação, a Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) suspendeu as aulas em razão das "condições insalubres" causadas pela falta de limpeza. Alunos ocuparam o campus principal da universidade.


Endereço da página: