Folha de S. Paulo


Renan ironiza Dilma ao comentar alteração da meta fiscal para 2016

Alan Marques - 2.dez.15/Folhapress
BRASÍLIA, DF, BRASIL, 02.12.2015. O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros, comanda sessão plenária para votação da meta fiscal do governo e da Lei de diretrizes Orçamentárias (LDO). (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em sessão no plenário da Casa

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ironizou fala de Dilma nesta quarta (16) ao dizer que a alteração da meta fiscal de 2016 "é uma discussão menor", porque a própria presidente já disse que, "se não atingir a meta, ela dobra a meta".

O peemedebista fez referência a uma fala da presidente em julho, quando ela se enrolou para explicar um aumento no número de vagas do Pronatec. "Não vamos colocar meta. Vamos deixar a meta aberta. Mas, quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta", disse Dilma na época. O episódio repercutiu em todo o país e virou motivo de piada na internet.

Após a ironia, o peemedebista defendeu que haja um "realismo orçamentário" por parte do governo ao definir sua política econômica. "O orçamento precisa ser realista para devolvermos a segurança jurídica", disse.

Renan se reuniu pela manhã com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Segundo o ministro, os dois conversaram sobre a votação de medidas importantes para a recuperação de receitas da União, o que daria condições de o país voltar a crescer no próximo ano.

"Votamos todas as matérias que foram mandadas ao Senado. Estamos aguardando as medidas provisórias. Se chegar a tempo, vamos votá-las. Eu estou fazendo minha parte", disse Renan.

Nesta terça (15), o governo enviou ao Congresso a proposta de redução da meta fiscal de 0,7% para 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2016. A mudança já foi aprovada nesta manhã pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso.

O governo também propôs a possibilidade de se abater da meta os gastos com investimentos, mas este ponto ainda não foi votado pela comissão. Na prática, isso permitirá que o superavit primário (receitas menos despesas) seja equivalente a zero no ano que vem.

Em relação ao rebaixamento do grau de investimento do Brasil pela agência Fitch, Renan afirmou que já havia feito advertências ao governo de que o Estado precisa assegurar fontes de financiamento. "Está claro que o governo e seus programas não cabem mais no PIB brasileiro. Esse modelo esgotou. É preciso fazer as reformas", disse.

"Todos precisamos desamarrar os pés do Brasil. Durante 50 anos fomos o país que mais cresce. Temos que fazer o dever de casa, do ponto de vista das mudanças estruturais", completou.


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