Folha de S. Paulo


Temer diz que está 'à disposição' para ajudar na defesa contra impeachment

Alan Marques/Folhapress
Dilma Rousseff faz pronunciamento após ter pedido de impeachment contra ela acolhido na Câmara
Dilma Rousseff faz pronunciamento após ter pedido de impeachment contra ela acolhido na Câmara

Um dia após ter sido aberto o processo de impeachment contra Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer afirmou à presidente estar "à disposição" para ajudar a traçar a defesa do governo.

Os dois se reuniram na manhã desta quinta-feira (3) no Palácio do Planalto para avaliar o cenário político e debater as estratégias diante da crise.

Até então, os dois só haviam se falado rapidamente por telefone nesta quarta (2), após o pronunciamento oficial em que Dilma fez ataques ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e se disse "indignada" com a decisão do peemedebista em acolher pedido para a abertura de um processo de impeachment contra ela.

Além de reorganizar a fragilizada base aliada para tentar reunir os 171 votos necessários para barrar o pedido no plenário do Congresso, o governo vai ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão de Eduardo Cunha, alegando "vingança" do deputado, que deflagrou o processo de impeachment nesta quarta depois que três deputados do PT declararam publicamente que votariam contra ele no Conselho de Ética da Casa.

Acusado por corrupção e lavagem de dinheiro e suspeito de esconder contas na Suíça, Cunha é alvo de um processo na Câmara que pode resultar na cassação de seu mandato e dizia a aliados que, caso os petistas votassem por ele, não abriria o processo de impeachment contra a presidente.

Impeachment

REAPROXIMAÇÃO

Segundo a Folha apurou, auxiliares de Dilma avaliam que é preciso ter o vice por perto, ajudando nas articulações, para que a presidente não fique isolada e sem o apoio do maior partido de sua aliada, o PMDB.

Essa é também a opinião do ex-presidente Lula, que sempre defendeu junto a Dilma uma reaproximação da sucessora com o vice.

A Folha revelou que, às vésperas do anúncio do acolhimento do pedido de impeachment de Dilma por Cunha, Temer recebeu em sua residência oficial, em Brasília, sete senadores da oposição para discutir o rito de afastamento da petista.

Aliados afirmam que o vice deve ajudar na defesa do governo, mas não cabe a ele ser "jurista" do Planalto.


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