Folha de S. Paulo


Painel

PSDB pede investigação de fala de Dilma em 2014 sobre porto de Mariel

Tente outra vez O PSDB apresenta à Procuradoria-Geral Eleitoral nesta segunda-feira pedido para que investigue se Dilma Rousseff cometeu crime ao dizer, na campanha de 2014, que o financiamento do porto de Mariel tinha recebido garantias da Odebrecht -e não do governo de Cuba. A sigla argumenta que, ao contestar Aécio Neves com essa informação no último debate no segundo turno, a petista imputou ao rival uma mentira com potencial de influenciar eleitores, o que é vedado pela legislação.

Homem duplicado Na estratégia montada pelo PMDB, Michel Temer começará a colocar as "mangas de fora" a partir do congresso que sacramentará o novo programa do partido. Quando estiver em eventos da legenda, endossará críticas ao governo. Como vice-presidente, manterá silêncio obsequioso.

Famoso quem? Aliados querem Temer na rua para ampliar sua taxa de conhecimento, hoje em cerca de 20%, conforme dados peemedebistas. O objetivo é torná-lo mais conhecido pelo eleitorado e, assim, posicioná-lo melhor na esperança de ver o impeachment acontecer em 2016.

Música para tucanos O PSDB divulgará na terça às suas bancadas do Congresso pesquisa do Instituto GPP. Na sondagem, questionados se a vida melhorou ou piorou nos 13 anos de governo do PT, 64,6% dos entrevistados escolheram a segunda opção. Entre os nordestinos, essa marca subiu para 66%.

Pessimismo De acordo com a sondagem, 72% dos entrevistados acreditam que a inflação subirá nos próximos seis meses.

Tudo igual? Há um empate na preferência partidária. A aprovação do PT é de 9,6%. A do PSDB, de 8,4%. Na rejeição, porém, a diferença se impõe: 40,6% para o PT e 6,9% para o PSDB.

Porta aberta Jaques Wagner tem conquistado espaço no governo. O chefe da Casa Civil é um dos poucos mortais que, ao lado da mulher, Fátima, frequentam o segundo andar do Palácio da Alvorada, área privativa da residência presidencial.

Preferencial Auxiliares de Dilma elogiam a "leveza e a capacidade de diálogo" do ministro. Já notaram que o gênio difícil da chefe é bem mais condescendente com "galego", apelido de Wagner.

Boas vindas Nas estimativas do Ministério Público Federal, a denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve ser aceita pelo Supremo Tribunal Federal em fevereiro de 2016, o que agitaria o retorno do Congresso após o recesso parlamentar.

Nem lá nem cá Investigadores da Lava Jato afirmam que o inquérito do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) não está maduro o suficiente para ser transformado em denúncia nem totalmente esvaziado a ponto de ser levado ao arquivo.

Adolar

Abstrato O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) faz troça sobre a defesa de Cunha. "Ao contrário do que dizem, a versão para o dinheiro dele no exterior é digna de elogio: pode inspirar um quadro surrealista de Salvador Dalí ou o realismo fantástico de Garcia Marquez."

Dinheiro na mão... Dirigentes do PT afirmam que Fernando Haddad terá de suar a camisa se quiser arrecadar dinheiro para sua campanha no ano que vem.

...é vendaval Correligionários afirmam que não gastarão muita energia para buscar recursos à campanha pela reeleição do prefeito. "Ele terá de se virar nos 30″, diz um deles, sem esconder alguma dose de sadismo.

Padrinho Já Lula não terá como fugir da tarefa. O ex-presidente tem dito que irá para a periferia da capital paulista tentar angariar votos nas áreas mais pobres da cidade, onde o futuro candidato é mal avaliado.

TIROTEIO

A única coisa que não entendi na votação da repatriação foi por que o Maluf, o Zeca Dirceu e o Zequinha Sarney se posicionaram contra.

DE BRUNO COVAS (PSDB-SP), sobre os deputados estarem entre os contrários à emenda que proíbe políticos e parentes de aderir ao programa de repatriação._

CONTRAPONTO

Pixuleco

Há alguns meses, um dos operadores de Alberto Youssef era interrogado pela força-tarefa da Lava Jato sobre uma dívida que possuía com o doleiro pivô do esquema.
Foi quando um dos investigadores indagou:
-De quanto era a dívida, de R$ 1 milhão, R$ 2 milhões? -questionou o policial.
O depoente mostrou surpresa com a pergunta, e bateu três vezes na testa com a mão direita fechada.
-Ô, doutor, eu não consigo falar com gente pobre. Isso é troco. A dívida com Youssef era muito maior do que isso -respondeu o investigado, indignado com a pergunta sobre tão modesta cifra.


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