Folha de S. Paulo


Cunha diz a deputados que denúncia de corrupção cabe a ele resolver

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse a deputados nesta quinta-feira (1º) que a denúncia contra ele por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato é "problema seu e cabe a ele resolver", nas palavras de presentes ao café da manhã do qual o peemedebista participou esta manhã.

O encontro ocorreu na casa do deputado Marcus Vicente (PP-ES) e reuniu cerca de 30 parlamentares da bancada do esporte da Câmara. Segundo relatos, Cunha recebeu apoio unânime e diversas manifestações que reafirmaram seu direito à defesa.

"O Brasil é uma democracia e não podemos acabar com a presunção de inocência", afirmou Orlando Silva (PCdoB-SP), ex-ministro do Esporte.

Conforme a Folha antecipou nesta quarta (30), Cunha tornou-se alvo de um inquérito aberto pelo Ministério Público suíço, em abril deste ano, por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.

O fio da meada que levou a registros bancários de Cunha na Suíça foi o rastreamento de recursos que circularam por contas do lobista João Augusto Henriques. Ligado ao PMDB e preso pela Operação Lava Jato em 21 de setembro, ele admitiu ter depositado dinheiro numa conta que tinha Cunha como beneficiário.

Autoridades daquele país enviaram para o Brasil dados de contas secretas na Suíça atribuídas ao presidente da Câmara e seus familiares. O volume de recursos encontrado -que é mantido em sigilo- foi bloqueado pelas autoridades.

Na noite de quarta (30), Cunha se negou a dizer se ele e familiares têm contas bancárias na Suíça. Autoridades daquele país enviaram para o Brasil dados de contas secretas que, segundo a Procuradoria-Geral da República, são dele e de familiares.

O deputado tem reiterado que apenas seu advogado se manifesta sobre as denúncias contra ele. Também na noite de quarta, a assessoria de imprensa entregou nota não assinada atribuída ao advogado de Cunha, Antonio Fernando de Souza.

"A defesa do deputado Eduardo Cunha desconhece qualquer procedimento investigatório realizado naquele país. Por tal razão, está impedida de tecer comentários acerca de supostos faros noticiados", destaca o texto.

Desde que seu nome surgiu com ênfase no escândalo de corrupção da Petrobras, Cunha acusa o governo de agir nos bastidores ara incriminá-lo, bem como ataca o procurador-geral, Rodrigo Janot, dizendo que ele escolheu a quem investigar.


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