Folha de S. Paulo


Trabalhadores rurais defendem Dilma e rejeitam 'golpe' em ato

Alan Marques/Folhapress
O ex-presidente Lula participa da abertura da 5ª Marcha das Margaridas, em Brasília
O ex-presidente Lula participa da abertura da 5ª Marcha das Margaridas, em Brasília

Com patrocínio de empresas públicas, a abertura da 5ª Marcha das Margaridas, nesta terça-feira (11) foi palco de coros em defesa da presidente Dilma Rousseff (PT) e do retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto.

No evento organizado pela Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) em Brasília, a plateia formada por trabalhadores rurais defendeu a continuidade da petista à frente do governo e pediu a renúncia do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"Dilma, você não está sozinha". "Golpe nunca mais", entoaram no ato.

Em resolução aprovada na terça-feira da semana passada, a Executiva Nacional do PT orientou a militância petista a participar da marcha, vista como uma tentativa de fazer frente aos protestos contra a presidente marcados para o domingo (16).

No momento em que a sigla enfrenta um dos momentos mais difíceis de sua história, a cúpula nacional da legenda teme que o protesto organizado por grupos que defendem o impeachment da presidente possa agravar ainda mais a crise política.

A marcha das Margaridas, que tradicionalmente reúne trabalhadores rurais, sobretudo mulheres, para discutir políticas para o campo e a situação dos pequenos produtores do país, recebeu R$ 855 mil de empresas estatais: Caixa Econômica (R$ 400 mil), BNDES (R$ 400 mil) e Itaipu Binacional (R$ 55 mil).

Participaram da abertura, além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seis ministros do governo federal, entre eles Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), Izabela Teixeira (Meio Ambiente) e Jaques Wagner (Defesa).

O governo do Distrito Federal cedeu o Estádio Mané Garrincha, o mais caro construído para a Copa do Mundo de 2014, sem a cobrança de aluguel para o ato.

Em nota, o BNDES informou que a decisão de patrocinar a marcha foi tomada no contexto do apoio concedido à atividade agrícola. "O BNDES considera que a marcha é uma oportunidade de divulgação institucional e dos programas do banco".

Itaipu disse que o patrocínio se deveu ao fato de se tratar de um "evento tradicional". "É um evento tradicional, que defende os direitos das mulheres do campo, da floresta e das águas. O patrocínio está está em consonância com as diretrizes da sua política de patrocínio".

VIGÍLIA

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC começou nesta terça uma vigília em frente ao Instituto Lula, em São Paulo, que durará até segunda (17).

O acampamento reuniu cerca de 50 trabalhadores ao longo do dia. Segundo os metalúrgicos, o objetivo do ato é mostrar apoio a Lula e à democracia.

Petistas afirmam que a vigília também tem a função de proteger o local, caso o Instituto seja alvo de ataques de movimentos anti-Dilma e anti-PT durante os protestos pró-impeachment de domingo.


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