Folha de S. Paulo


Vaccari Neto diz ao STF que ficará em silêncio durante acareação em CPI

Paulo Lisboa - 15.abr.15/Folhapress
João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, chega ao IML de Curitiba após ser preso na Lava Jato
João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, chega ao IML de Curitiba após ser preso na Lava Jato

A defesa do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto informou nesta terça-feira (7) ao STF (Supremo Tribunal Federal) que ele permanecerá em silêncio durante acareação com o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco.

A acareação, marcada pela CPI da Câmara que investiga irregularidades na estatal, está previsto para quinta-feira (9).

Os advogados sustentam ao STF que, diante da decisão de seu cliente de permanecer em silêncio, a acareação de fato não será realizada e que, portanto, decidiram colaborar com a decisão do ministro Celso de Mello sobre o pedido de cancelamento da acareação, que foi solicitado por Barusco.

O ex-gerente da Petrobras, diagnosticado com câncer ósseo, pediu o cancelamento diante do agravamento de sua saúde. A defesa de Barusco afirmou que a exposição dele numa CPI poderia deixar seu quadro clínico ainda mais delicado.

"No intuito de colaborar com Vossa Excelência para a decisão neste feito, presto tais informações, uma vez que o ato de acareação propriamente dito, na verdade não se realizará, e a dispensa do Sr. Pedro Barusco cancelará a sessão, evitando-se, assim, despesas desnecessárias de transporte das partes até Brasília", justificou Luiz Flávio D'Urso, que defende o petista.

Acusado de lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras, Barusco pediu ao STF o cancelamento da acareação nesta segunda (6).

Além de depoimento ao lado de Vaccari, ele também tem marcado outro com Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras.

Os advogados sustentam que pediram o cancelamento das acareações à CPI, mas não foram atendidos. Segundo o documento, o ex-gerente da Petrobras tem sentido fortes dores e formigamentos em membros inferiores e superiores, além da alteração em sua pressão arterial.

O pedido de Barusco será analisado pelo ministro do STF Celso de Mello, que ocupa a presidência do tribunal nesta semana devido ao recesso do Judiciário, quando são analisados casos considerados urgentes.

PROVIDÊNCIAS

Diante da movimentação de Vaccari e Barusco, o comando da CPI enviou ao STF uma manifestações informando que tomou providências necessárias para garantir o bom tratamento a Barusco e defendeu a acareação.

"A CPI colocou à disposição do depoente todos os recursos necessários, incluindo acompanhamento médico, acomodações adequadas e ajustamento de horários, tudo de forma a permitir-se a realização dos procedimentos de acareação considerados imprescindíveis pelos deputados", informou.


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