Folha de S. Paulo


Mercadante afirma que 'não há base jurídica para impeachment' de Dilma

Ed Ferreira/Folhapress
Os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justica) em entrevista coletiva
Os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justica) em entrevista coletiva

O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, convocou entrevista coletiva neste sábado (27) para se pronunciar sobre a delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa, e afirmou que "não há base jurídica para o impeachment" da presidente Dilma Rousseff.

De acordo com relatos da revista "Veja", Pessoa disse em sua delação que fez repasses ilegais para tesoureiros petistas e que foi pressionado para doar à campanha da presidente Dilma. Ele também teria citado repasses de dinheiro proveniente de propina à campanha de Mercadante ao governo de São Paulo em 2010, mas o ministro sustentou que as doações foram legais.

"De fato as empresas contribuíram com R$ 500 mil. R$ 250 mil foram doados no dia 29/7/2010 pela Constran e a outra metade pela UTC no dia 27/8/2010. É só entrar [na Justiça Eleitoral] e estão lá as duas doações, o que mostra que as duas contribuições foram legais, estão oficializadas, e portanto não procede essa suspeição", disse.

Mercadante confirmou ter se reunido com Pessoa durante a campanha. "Houve uma reunião na minha casa, de fato aconteceu. Tinha feito uma cirurgia, esse senhor queria me conhecer. Conheci ele nesta reunião e, basicamente nessa reunião, o que ele tratou foi sobre meu programa para São Paulo. Ele revelou que poderia contribuir para a minha campanha e eu agradeci. Que entrasse em contato com minha campanha e desde que fosse dentro da legislação", afirmou.

Sobre as doações à campanha da presidente Dilma, ele afirmou que todas foram legais e registradas.

O ministro também admitiu que desistiu de acompanhar a presidente Dilma em sua viagem aos Estados Unidos para se defender das acusações. "Eu queria estar aqui, eu queria explicar todas as vezes que fosse necessário. Tenho como homem público obrigação de prestar esclarecimentos. Quem não deve não teme. Por isso também eu fiquei", disse.


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