Folha de S. Paulo


Em game criado por estudante do PR, professora foge de bombas da PM

Rixa, o jogo

Morador de Londrina e sem ter como se deslocar 389 quilômetros para protestar em Curitiba, Jonathan Soares, 18, aluno de publicidade e propaganda em uma faculdade particular, passou horas pensando como poderia manifestar seu apoio aos professores feridos durante ação da Polícia Militar do Paraná na última quarta-feira (29).

Conversou com amigos e concluiu que um game, disponível na internet, seria a melhor maneira. "Rixa, o jogo", uma paródia em relação ao nome do governador Beto Richa (PSDB), entrou no ar na manhã de segunda (4).

Menos de 24 horas depois, a página (www.rixaojogo.com.br) já havia sido visualizada 18 mil vezes e recebido 9.000 visitantes únicos, segundo o estudante.

O game é simples. O jogador usa as setas do teclado para fazer uma professora escapar de um cachorro da PM e das balas de borracha disparadas por um policial.

"Não esperava tanta repercussão", diz o estudante.

Um amigo o ajudou com os desenhos, estilizando o prédio da Assembleia Legislativa do Paraná. Foi ali que ocorreu o confronto que deixou quase 200 feridos.

Soares ressalta que a personagem do jogo usa óculos e não uma máscara, como parece. "Longe de mim insinuar que professores são bandidos."

Filho de um vendedor e de uma estudante de pedagogia, o estudante votou em Gleisi Hoffman (PT) nas últimas eleições ao governo do Paraná. Mas não se considera petista. Para a Presidência, escolheu Marina Silva (então candidata pelo PSB), no primeiro turno, e Dilma Rousseff (PT), no segundo.

CRÍTICAS

A ação policial no Paraná gerou críticas até do próprio secretário de Segurança do Paraná, Fernando Francischini. Para ele, "nada justifica" o número de feridos.

Nesta terça (5), houve novo protesto em Curitiba contra Richa e a ação policial contra os professores: 10 mil pessoas protestaram na capital.

A assessoria de Richa não quis comentar a iniciativa do estudante.


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