Folha de S. Paulo


Petrobras calculou perda a partir de falas de réus

A Petrobras utilizou depoimentos da Operação Lava Jato para chegar ao valor de R$ 6,2 bilhões referentes a corrupção publicados nesta quarta (22) em seu balanço.

A empresa informou que pretende acionar na Justiça as empresas acusadas de cartel por danos morais e materiais.

Sem ter como determinar em que contratos ocorreram desvios e de quanto eles teriam sido, a Petrobras considerou que houve superfaturamento de 3% em todos os contratos e aditivos firmados com as 27 empresas envolvidas na operação, no período de 2004 a abril de 2012, no valor total de R$ 199,6 bilhões.

A estatal diz no balanço que, do total que teria sido desviado, R$ 3,4 bilhões teriam saído da área de Abastecimento, que foi chefiada por Paulo Roberto Costa, e é responsável pelas obras das refinarias do Comperj (RJ) e Abreu e Lima (PE).

A área de Exploração e Produção, a principal da companhia, teria sido a segunda que mais gerou propina, de R$ 1,9 bilhão, seguida pela de Gás e Energia (R$ 652 milhões).

NÃO PEGOU BEM

Questionado sobre as notícias de corrupção e a demonstração financeira da estatal, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) disse que "pegar bem, não pegou".

Temer falava ao público em um evento em Madri, na Espanha. Ele disse que "ninguém aplaudiu" os fatos relacionados à Petrobras e elogiou a transparência da demonstração financeira.

O lançamento de perdas e a reavaliação de ativos fez com que a Petrobras registrasse, em 2014, prejuízo de R$ 21,6 bilhões.


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