Folha de S. Paulo


Crise hídrica faz aprovação de Alckmin cair 10 pontos

Com o agravamento da maior crise hídrica da história de São Paulo, a aprovação do governador Geraldo Alckmin (PSDB) despencou dez pontos percentuais desde a véspera de sua reeleição, em outubro de 2014.

Pesquisa Datafolha realizada dos dias 3 a 5 deste mês mostra que, em quatro meses, a fatia da população que avalia o governo do tucano como ótimo e bom caiu de 48% para 38%.

Já o percentual que considera a gestão ruim ou péssima saltou de 17% para 24%.

Quando analisado o grau de escolaridade, chama a atenção a queda na aprovação do governador paulista entre os entrevistados com curso superior –eleitorado mais identificado com o PSDB.

De outubro para cá, a taxa dos que consideram o governo bom ou ótimo caiu de 42% para 25%. Esses 17 pontos percentuais de queda engordaram exatamente o grupo que considera o governo do tucano ruim ou péssimo –um salto de 21% para 38%.

Editoria de Arte/Folhapress

O levantamento mostra uma relação clara entre o tombo na avaliação de Alckmin e a apreensão dos paulistas com a crise hídrica.

A falta de água é vista como o principal problema do Estado. Ela assumiu o primeiro lugar no ranking (com 22%), superando numericamente a saúde (citada por 21%). Como a margem de erro é de dois pontos percentuais, os dois itens estão tecnicamente empatados.

O Datafolha também mostra que cresceu o descontentamento com a reação de Alckmin diante da crise.

Em agosto de 2014, 27% dos paulistas consideravam a atuação do tucano ruim ou péssima. Agora são 39%, mesmo índice que a classifica como regular.

Apenas 19% dizem que a atitude do governador é ótima ou boa. Há seis meses, esse índice era de 28%

A pesquisa evidencia o sentimento quase generalizado de que o governo tem sido pouco transparente.

Só 16% dos entrevistados acreditam que Alckmin e sua equipe têm fornecido todas as informações sobre a crise hídrica. Para 81%, eles têm divulgado apenas o que lhes interessa.

Os indicadores mostram ainda que o paulista vem perdendo confiança na capacidade de trabalho do governador. Questionados, 88% dos entrevistados disseram que Alckmin poderia ter feito "mais do que fez" para evitar a falta de água.

Quando questionados sobre quem é o principal responsável pelo desabastecimento, 37% dos entrevistados apontaram o governo.

ECONOMIA VOLUNTÁRIA

O Datafolha também perguntou sobre a adesão dos moradores da região metropolitana de São Paulo à economia voluntária de água, estimulados pelo bônus oferecido pelo governo estadual a quem reduzir o consumo.

Metade dos entrevistados disse ter atingido a meta de redução de 20% do consumo. Outros 40% disseram não ter economizado o suficiente.

O instituto entrevistou 1.709 pessoas no Estado, em 46 cidades.

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