Folha de S. Paulo


Governador da Bahia prevê ano de aperto e defende nova CPMF

O governador da Bahia Rui Costa (PT) afirmou na cerimônia de posse nesta quinta-feira (1º) que 2015, ano que inicia o terceiro ciclo do PT no comando do Estado, será de aperto e de ajuste fiscal.

Sucessor de Jaques Wagner (PT) –agora ex-governador e novo ministro da Defesa–, Costa disse que não crê em repasses voluntários da União, principal fonte de recursos para investimento, no primeiro semestre do ano.

"Vamos executar os recursos contratados para dar a arrancada do governo. Acredito que novos investimentos com recursos da União devem acontecer, na melhor das hipóteses, só no segundo semestre", afirmou Costa.

O governador da Bahia defendeu também a criação de uma nova fonte de financiamento para a saúde, mas evitou falar em volta da CPMF, o chamado imposto do cheque extinto em 2007.

"Eu não defendo um nome em particular, nem um imposto em particular, mas defendo mais recursos para a saúde. Não é possível responder à necessidade do povo baiano sem recursos adicionais", afirmou.

Há cerca de um mês, durante encontro dos novos governadores do Nordeste, o tema dividiu os gestores da região –parte deles foi contrária à criação de um novo tributo.

INFÂNCIA HUMILDE

Em sua fala na cerimônia de posse na Assembleia Legislativa, Rui Costa defendeu uma gestão focada em resultados e sem desperdícios –temas que deram o tom do discurso da oposição durante a campanha eleitoral.

Na transição, Costa anunciou a extinção de três secretarias, além de autarquias e estatais, numa meta de economia de R$ 200 milhões –o equivalente a 0,5% do orçamento previsto para 2015.

Em tom emocionado, lembrou sua infância humilde no bairro da Liberdade, na periferia de Salvador. E chorou ao falar do pai, que foi metalúrgico, e da mãe, que era doceira e morreu há duas décadas.

Durante a cerimônia de transmissão do cargo, elogiou a gestão de Wagner, a quem chamou de "um dos melhores governadores da história da Bahia".

Também referiu-se ao agora ex-governador baiano como "cabeça branca" –apelido pelo qual era chamado o ex-senador Antônio Carlos Magalhães (1927-2007).

Wagner, que assume em Brasília o cargo de ministro da Defesa, também se emocionou e chorou ao relembrar de sua posse no cargo em 2007 –meses depois de ter sido eleito no primeiro turno de forma surpreendente.


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