Folha de S. Paulo


Governadores eleitos cortam secretarias

Diante do cenário de aperto financeiro nos próximos quatro anos, governadores eleitos se movimentam para cortar secretarias e cargos de confiança, reduzindo custos já no início do mandato.

Ao menos nove governadores estão com reformas em vista e devem iniciar a gestão com máquina mais enxuta.

Os ajustes atingem Estados em que o cenário político é de mudança (Alagoas, Rio Grande do Sul e Maranhão), de continuidade (Bahia e Pernambuco) e até mesmo em que os atuais governadores foram reeleitos (Goiás, Paraná, Santa Catarina e Sergipe).

"O cenário econômico é difícil, especialmente para 2015", diz o eleito em Alagoas, Renan Filho (PMDB), que vai cortar 7 das 25 secretarias.

Na Bahia, o governador Jaques Wagner (PT) e o eleito Rui Costa (PT) enviaram à Assembleia projeto que prevê a redução das secretarias de 27 para 24. Entre as eliminadas está a de Assuntos Estratégicos, criada pelo próprio Wagner há apenas dez meses.

Rui Costa aponta "a restrição de gastos do governo federal" como um dos principais fatores para o ajuste.

"Não posso iniciar o governo com dificuldade de manter a máquina e sem folga para investimentos", diz ele, cuja meta é economizar ao menos R$ 200 milhões anuais –cerca de 0,5% do orçamento de R$ 40 bilhões para 2015.

Em Goiás, o governador Marconi Perillo (PSDB) cortou o número de secretarias de 16 para 10 e terá a estrutura mais enxuta entre os Estados.

Na nova estrutura, o Estado terá supersecretarias, como, por exemplo, a de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação.

Santa Catarina irá transformar as 36 secretarias regionais em agências, mas os titulares manterão o status de secretários, com salário de R$ 10 mil. Alguns cargos serão extintos, como o de diretor-geral, e 8 das 59 secretarias atuais serão extintas.

O corte de secretarias, estatais e autarquias terá como efeito direto a redução de funcionários que ocupam cargos de confiança e terceirizados. O gasto com pessoal é hoje o principal entrave para os Estados fecharem suas contas.

Em Goiás, a ordem é afiar a tesoura: serão demitidos 5.000 comissionados –cerca de metade do total– e 9.500 cargos temporários serão extintos. A Bahia vai cortar por volta de 1.700 dos 11.400 comissionados. O Estado cerca de 130 mil servidores no total.

Editoria de Arte/Folhapress

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