Folha de S. Paulo


Aécio e outros nomes da oposição fazem convocação para ato anti-Dilma

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) e outros líderes da oposição ao PT no Congresso gravaram vídeos convocando pessoas a comparecerem a uma manifestação contra o governo e a presidente Dilma Rousseff, em São Paulo, neste sábado (6).

Ressaltando que a manifestação deve acontecer "nos limites da democracia", Aécio diz que a mobilização é a "arma que nós temos e eles não têm" para mudar o país. "Pois é, nós já dizíamos que o escândalo da Petrobras era o maior caso de corrupção da história do Brasil. Mas a coisa não para de crescer e agora nós estamos sabendo que não era apenas na Petrobras", diz o senador no início do filme.

Aécio disputou e perdeu a Presidência da República contra Dilma este ano. Desde então, tem feito incontáveis críticas e ataques à gestão da petista. Os depoimentos do mineiro e de outros políticos foram publicados nas redes sociais na página "vemprarua.org.br".

Do PSDB, participam da convocação Aécio, o ex-governador José Serra (PSDB-SP), o senador Aloysio Nunes (SP) e a deputada Mara Gabrilli. Há ainda nomes de outros partidos como o senador Pedro Simon (PMDB-RS), o deputado Paulinho da Força (SDD-SP) e até o presidenciável do PV nas eleições deste ano, Eduardo Jorge.

"Numa democracia nenhum partido é dono das ruas, do parlamento. Todos têm que ter o direito de falar e se reunir e se manifestar", diz Jorge. Ele ressalta que seu partido é contra "qualquer extremismo, seja ele de direita ou de esquerda", mas avalia que é importante "falar dos desvios da petrobras e outras áreas que estamos vendo no Brasil".

Na ala de não políticos, o nome mais conhecido é o do apresentador de TV Otávio Mesquita. Ele diz no vídeo que vai para as ruas para não ser cobrado no futuro pelo filho por não ter feito nada diante da corrupção. No filme, diz que o menino hoje tem cinco anos de idade.

MANUAL PARA LIDAR COM A IMPRENSA

Organizadores do ato que são ligados ao PSDB dispararam e-mail com orientações ao núcleo duro dos protestos anti-Dilma com recomendações de como eles devem agir com a imprensa e com as alas de manifestantes que pedem um golpe militar.

"Cuidado com repórteres", diz o início da mensagem. "Eles fazem perguntas e escolhem o pior trecho do que falam para usar nas matérias deles", diz o texto. Além disso, a organização recomenda "cuidado máximo" com "a turma que estará com placas de intervenção militar. Eles tem o direito de se manifestarem, claro, mas a grande maioria, uns 99,9% dos manifestantes não concordam com eles e não estarão lá por esse motivo. Logo, não discutam, nem percam tempo argumentando, não adianta, simplesmente saiam de perto", recomendam os organizadores ligados ao PSDB.

No texto, eles pedem ainda que os manifestantes divulguem fotos e vídeos do ato nas redes sociais porque a mídia "distorce" os fatos e o número de pessoas que estão nas ruas.


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