A Justiça da França vai julgar o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) em março de 2015 pela suposta prática de lavagem de dinheiro cometida em quadrilha.
Ele é acusado de praticar esse ato ilícito usando uma conta bancária francesa. Segundo a legislação local, isso pode resultar em penas de dez anos de prisão e multa de 750 mil euros (R$ 2,3 milhões).
A investigação sobre o depósito suspeito de US$ 1,7 milhão (R$ 4,3 milhões) em conta do banco Crédit Agricole na França já levou à detenção de Maluf em Paris em 2003. Na ocasião, ele prestou depoimento e foi liberado.
O Ministério Público brasileiro, que colaborou com a apuração estrangeira por meio do promotor Silvio Marques e do procurador Rodrigo de Grandis, suspeita que a maior parte do dinheiro depositado na França foi desviada de obras viárias de São Paulo realizadas quando Maluf foi prefeito da cidade, entre 1993 e 1996.
No exterior, o deputado também é alvo de processo criminal nos Estados Unidos pela suposta de remessa ao país de recursos resultantes de fraudes na prefeitura.
A causa americana levou à inclusão de Maluf na lista de procurados da Interpol, órgão que reúne polícias de 190 países. Assim, ele pode ser preso se deixar o Brasil.
Em 2012, a corte da Ilha de Jersey condenou empresas atribuídas à família Maluf a devolver US$ 32 milhões (R$ 81 milhões) à Prefeitura de São Paulo por entender que o dinheiro foi desviado dos cofres da capital.
A assessoria de Maluf informou que ele nega a prática de crimes. Disse ainda que ele foi chamado pela Justiça francesa em 2003 e deu explicações consideradas satisfatórias. Além disso, desconhece o agendamento do julgamento na França.