Folha de S. Paulo


Escândalo da Petrobras apresenta grande desafio para Dilma, diz 'NYT'

Em reportagem publicada na noite deste domingo (19) em seu site, o jornal americano "The New York Times" apontou que o atual escândalo na Petrobras apresenta um grande desafio para a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Na última semana, o doleiro Alberto Yousseff e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa revelaram em depoimentos à Justiça Federal e ao Ministério Público Federal, com quem firmaram um acordo de delação premiada, que contratos da estatal eram superfaturados para pagar propina a partidos, políticos e financiar a campanha eleitoral de 2010.

O artigo, assinado pelo correspondente do jornal no país, Simon Romero, ressalta que o candidato Aécio Neves (PSDB-MG) tem investido no escândalo para atingir Dilma e sua administração.

Segundo a publicação, o depoimento de Paulo Roberto Costa tem levantado questionamentos sobre até onde a presidente tinha conhecimento das práticas corruptas dentro da Petrobras e se foi negligente na supervisão da empresa.

O escândalo, segundo o "NYT", também jogou luz sobre as diferenças ideológicas entre os dois candidatos quanto ao modo de gestão da estatal. "Enquanto Dilma defende que grandes estatais devem ser os pilares do desenvolvimento econômico do Brasil, Aécio fala que o escândalo atual é uma evidência de que a gestão da estatal tem estado muito politizada e se tornado uma ferramenta para manter o PT no poder."

O jornal ressalta ainda que, como ministra chefe da Casa Civil e protegida do ex-presidente Lula, Dilma presidiu o conselho de administração da estatal durante o período em que Paulo Roberto Costa disse ter funcionado o esquema de corrupção.

Analistas consultados pelo "NYT" apontam que a Petrobras e outas estatais no país permanecem vulneráveis a esquemas de propina por um importante razão: "os presidentes no Brasil governam em coalizões que dependem do Congresso, o qual inclui mais de 20 partidos de diferentes correntes ideológicas".

O artigo defende ainda que, se as denúncias na Petrobras forem comprovadas, elas tornarão pequenos os escândalos anteriores, como o do mensalão.


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