Folha de S. Paulo


Justiça manda tirar do ar vídeo de carteiro entregando panfletos de Dilma

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ordenou neste domingo (5) que o Google removesse um vídeo do YouTube em que um funcionário uniformizado dos Correios aparece entregando panfletos da candidata a presidente Dilma Rousseff.

No vídeo, que viralizou nas redes sociais no começo do mês, um carteiro de Osasco (SP) distribui material publicitário da campanha de Dilma em uma rua residencial da cidade. O clipe foi removido pelo Google nesta segunda (6).

Segundo a decisão do TSE, o vídeo intitulado "Funcionário do Correio sendo obrigado a entregar panfletagem de Dilma" tem "evidente conotação eleitoral" e veicula "informação falsa" ao sugerir que a entrega dos panfletos pelos Correios é ilegal –qualquer candidato pode contratar serviço semelhante.

"Há a alegação por parte dos representantes [da campanha de Dilma] de que o serviço [de entrega de panfletos] foi devidamente pago e é lícito. Pelo que se lê na imprensa, outros candidatos também fizeram uso da entrega pelo Correios. Assim, entendo que a manifestação, tal como veiculada, pode induzir o eleitor ao erro", escreveu o ministro Herman Benjamin, responsável pela decisão.

"O tom de voz da pessoa que fez a gravação indica interesse de se valer de fatos reais (distribuição de panfletos eleitorais pelos Correios) para postar na rede mundial de computadores informação falsa (coação dos carteiros a distribuírem ilicitamente panfletos da candidata Dilma Rousseff)", segue.

A ação para a remoção do vídeo foi movida pela campanha de Dilma.

CORREIOS

A atuação dos Correios tem sido motivo de polêmica nas eleições presidenciais, com acusações da campanha de Aécio Neves de a estatal estaria deixando de entregar material de campanha do PSDB para favorecer a petista. O candidato tucano chegou a entrar com uma ação no TSE acusando a rival de crime eleitoral.

Em setembro, o jornal "O Estado de S. Paulo" revelou um vídeo de uma reunião entre o deputado petista Durval Ângelo (MG) e o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro. Nele, Ângelo atribui o sucesso da candidatura de Dilma Rousseff em Minas Gerais à participação de funcionários da estatal na campanha eleitoral.

Tanto a presidente Dilma Rousseff quanto o presidente dos Correios negaram qualquer irregularidade ou favorecimento à campanha da petista e disseram que a contratação dos serviços dos Correios para a campanha foi feita de forma lícita e "com nota fiscal".


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