Folha de S. Paulo


Por Dilma e Padilha, Lula faz maratona de 'pregações' em SP

Num último esforço para impulsionar a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff e a de Alexandre Padilha ao governo paulista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva programou uma maratona para a reta final do primeiro turno.

Principal cabo eleitoral petista, Lula tem percorrido principalmente cidades da periferia da região metropolitana de São Paulo, o chamado cinturão vermelho.

De segunda até a noite desta quarta, Lula terá cumprido oito agendas entre carreatas, caminhadas e comícios. Até sábado, véspera das eleições, serão mais pelos menos mais quatro compromissos, sendo dois ao lado de Dilma. A expectativa é de que Lula ao lado de Dilma e Padilha encerrem as atividades do primeiro turno com um ato em São Bernardo do Campo, reduto político do ex-presidente.

Com a alta rejeição de Dilma e com as dificuldades de Padilha em decolar, o PT decidiu priorizar São Paulo, maior colégio eleitoral do país e onde a eleição pode ser definida.

Nos atos, Lula tem focado o votos indecisos e defendido as credenciais de Dilma para mais um mandato. Quase sempre reclamando de dificuldades na voz, o petista tem feitos pregações quase repetidas, seguindo um roteiro com críticas à imprensa, e à elite conservadora, além de destacar as ações sociais das gestões petistas que permitiram a ascensão social especialmente da chamada nova classe C.

Lula gosta de destacar que agora filho de pedreiro pode ser doutor, que o pobre acostumado a comer pescoço de frango pode agora comprar peito de frango e freqüentar restaurante. Para atacar os adversários, ele aponta ainda a possibilidade de que agora "pobre pode andar de avião".

O petista tem baixado o tom das críticas à presidenciável Marina Silva (PSB), sua ex-ministra do Meio Ambiente e que se tornou a principal adversária de Dilma.

Em outra frente, Lula tem feito questão de atacar o governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição, e aproveitado par apresentar Padilha, seu afilhado político e estreante em eleições, como seu ex-ministro.
O foco do partido é assegurar o tradicional voto petista, encontrado na periferia do Estado e nos movimentos sindical e social.

Uma das tentativas dos petistas,inclusive, tem sido popularizar a figura de Padilha, que começou a candidatura tentando ampliar o eleitorado e se apresentado para o chamado voto conservador do interior que tem dado sustentação ao PSDB nos últimos anos.

EFEITO HADDAD

Em comício na noite desta quarta, em Cidade Tiradentes, Lula afirmou que a ofensiva do PT em São Paulo é reeditar a estratégia que elegeu Fernando Haddad para a prefeitura em 2012. A ideia é alcançar uma população de 17,5 milhões de habitantes.

O ex-presidente justificou a rota. "Haddad sabe que na campanha dele quando a gente estava vivendo momentos difíceis a gente foi a vários lugares conversar com as pessoas porque as pessoas da periferia dessa cidade não têm preconceito contra candidatos do PT, que reconhece o que fez a Marta [Suplicy, ministra da Cultura] quando era prefeita, o que eu fiz nesse país", afirmou o petista. "Aqui tem muita gente pobre e sabe que nós mudamos a vida dos pobres desse país", completou.

Sem citar Alckmin e reforçando um discurso de Dilma, Haddad disse que era preciso fazer esclarecimentos sobre as atribuições do governo estadual e da prefeitura. Ele fez questão de citar o metrô, que está com obras atrasadas por falta de pressão do governador nas empresas.

Após o comício, Haddad ficou ouvindo reclamações de moradores e pediu que um assessor anotasse as demandas.


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