Folha de S. Paulo


Campanha de Dilma vai reivindicar participação em vitrines de Alckmin

Preocupada com a alta aprovação do governador Geraldo Alckmin (PSDB), a campanha da presidente Dilma Rousseff em São Paulo prepara uma ofensiva para tentar ganhar espaço entre o eleitorado paulista. A ideia é reivindicar a participação do governo federal em obras que são consideradas vitrines eleitorais do tucano, além de destacar ações de prefeitos do partido.

A operação será desenvolvida nas 76 maiores cidades do Estado. O PT prepara uma espécie de informativo que será confeccionado individualmente para cada um desses municípios, mostrando os investimentos dos governos Lula e Dilma Rousseff.

A movimentação petista tentar recuperar o desgaste de Dilma no Estado, sendo que ela enfrenta alta rejeição no (47% segundo Datafolha) e aparece empatada tecnicamente com Aécio Neves (PSDB), seu principal adversário na disputa. Uma das principais investidas do PT contra Alckmin será a obra do Rodoanel, que teve trechos com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal, do governo estadual e do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

A estratégia foi costurada pelo coordenador da campanha de Dilma em São Paulo e prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho. "Nós vamos organizar uma espécie de prestação de contas dirigida. As 76 maiores cidades terão atenção especial da campanha no sentido de prestar conta do que está sendo realizado ali. Nós vamos destrinchar, detalhar os investimentos do governo federal em cada cidade", disse o prefeito.

E completou:"a presença do governo federal no desenvolvimento do Estado é determinante e assim como não deixa de ser em São Paulo."

Marinho afirmou ainda que a campanha de Dilma discute se fará alguma propaganda eleitoral voltada especificamente para São Paulo. Há ainda a expectativa de que o PMDB, mais especificamente o vice-presidente Michel Temer, também utilize o palanque eletrônico da campanha de Paulo Skaf ao governo paulista para defender o legado petista.

PREFEITOS

A avaliação do PT é que a eleição será definida por grandes centros, que concentram os problemas metropolitanos. A estratégia da campanha de Dilma também deve ser explorada pela campanha de Alexandre Padilha (PT) ao Palácio dos Bandeirantes, que aparece estacionado na terceira colocação com 5% das intenções de votos, segundo Datafolha. Outra medida será levantar programas e ações de prefeitos petistas no Estado.

"Nós queremos mostrar o que o PT faz nas prefeituras tem ajudado a mudar São Paulo, que as conquistas de São Paulo nos últimos anos têm relação direta com governo federal e prefeituras", disse Padilha.

Uma das prioridades será alavancar e defender a gestão do prefeito da capital, Fernando Haddad, que tem baixo índice de aprovação (17%). Marinho reuniu nesta sexta-feira (15) o secretariado de Haddad num almoço, em um hotel de São Paulo. Por lá, cobrou o engajamento das lideranças nas candidaturas petistas. A principal orientação é que a campanha de Dilma tem que ser feita com ou sem a presença de Dilma no Estado, além de intensificar o corpo a corpo.

O coordenador de Dilma, porém, recebeu o pedido dos auxiliares do prefeito para que possam ter maior participar no processo de definição das agendas e das ações da candidatura no Estado.


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