Folha de S. Paulo


Prefeito do Recife irá a SP acompanhar o fim da identificação dos corpos

Porta-voz da família Campos, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), embarca para São Paulo no fim da tarde desta sexta-feira (15) para acompanhar o término dos trabalhos de identificação dos corpos do ex-governador Eduardo Campos e das outras seis vítimas de um acidente aéreo na última quarta-feira (13).

"Os trabalhos estão correndo intensamente no dia de hoje. A expectativa de conclusão dos trabalhos continua sendo amanhã [sábado, 16], ainda sem hora determinada", afirmou o prefeito no último boletim divulgado nesta sexta.

O prefeito conversou com o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), mas disse não ter informações sobre a identificação de algum dos corpos.

"Provavelmente só será anunciado quando todos forem identificados", afirmou.

NOTÍCIAS

Geraldo Julio disse que a família tomou conhecimento de que a caixa-preta do jato Citation não registrou a conversa dos dois pilotos no voo que caiu em Santos e matou o presidenciável Eduardo Campos. A informação foi divulgada pela Aeronáutica nesta sexta-feira.

O prefeito não informou como Renata, a viúva de Campos, e os filhos do casal reagiram à notícia. "[O assunto] Não está fazendo parte das conversas", afirmou.

Editoria de Arte/Folhapress

ACIDENTE

O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49, morreu na quarta (13) em acidente aéreo em Santos, litoral paulista, onde cumpriria agenda de campanha. O jato Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, partira do Rio e caiu em área residencial.

Dois pilotos e quatro assessores também morreram, e sete pessoas em solo ficaram feridas. Os restos mortais removidos do local do acidente chegaram na noite de quarta na unidade do IML (Instituto Médico Legal) na rua Teodoro Sampaio, no bairro Pinheiros, em São Paulo. A Aeronáutica investiga a queda.

Governador de Pernambuco por dois mandatos, ministro na gestão Lula, presidente do PSB e ex-deputado federal, Campos estava em terceiro lugar na corrida ao Planalto, com 8% no Datafolha. Conciliador, era considerado um expoente da nova geração da política.

O PSB tem dez dias para anunciar eventual substituição do candidato. Adversários na disputa, PT e PSDB já se preparam para enfrentar Marina Silva, a vice de Campos. Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) decretou luto oficial de três dias e afirmou que o acidente "tirou a vida de um jovem político promissor". Também presidenciável, Aécio Neves (PSDB) disse ter perdido um amigo.

Marina declarou que guardará dele a imagem de "alegria" e "sonhos". Campos morreu num 13 de agosto, mesmo dia da morte do avô, o também ex-governador Miguel Arraes (1916-2005). Campos deixa mulher, Renata Campos, e cinco filhos, o mais novo nascido em janeiro. "Não estava no script", disse Renata.


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