Folha de S. Paulo


Governo de PE volta atrás e não sabe horário ou dia de enterro de Campos

O governo de Pernambuco voltou a alterar as informações publicadas em sua página oficial no Facebook sobre o velório, a missa campal e o sepultamento do corpo do ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência Eduardo Campo. O novo texto afirma que ainda não há dia ou horário confirmados, mas que o local ainda será no cemitério Santo Amaro, no Recife.

Inicialmente o governo anunciara que o enterro já estava marcado para 16h do domingo. Uma hora após o primeiro anúncio, contudo, o assessor de imprensa Ivan Maurício informou que procedimentos burocráticos para a liberação do corpo podem atrasar o traslado e as cerimônias fúnebres. O governo voltou a mudar as informações às 20h.

Segundo Maurício, é preciso que a Polícia Civil de São Paulo autorize formalmente o traslado dos corpos após liberação pelo IML (Instituto Médico Legal) do Estado.

A expectativa era que o corpo de Campos fosse liberado na manhã de sábado (16). Com os procedimentos para liberação do corpo, contudo, o corpo de Campos deve chegar ao Recife até a madrugada de sábado para domingo.

O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), que disse falar em nome da família de Campos, afirmou, após o primeiro anúncio do governo sobre o enterro, que até agora o domingo é apenas uma data prevista para o enterro.

O cronograma para liberação do corpo de Campos foi formulado após reunião do governador de Pernambuco, João Lyra Neto (PSB), com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.

O corpo de Campos será velado no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo pernambucano. Segundo o prefeito Geraldo Julio, ainda não há confirmação se os velórios de outras vítimas do acidente também serão no local –em princípio o governo de Pernambuco informou que o assessor de imprensa Carlos Percol e o fotógrafo Alexandre Severo também seriam velados no palácio.

A família do cinegrafista da campanha Marcelo Lyra ainda não definiu se ele também será velado no palácio. A previsão é que corpo de Campos siga em cortejo num carro do Corpo de Bombeiros até o cemitério, na zona norte do Recife, em trajeto de 3,1 km.

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ACIDENTE

O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49, morreu nesta quarta (13) em acidente aéreo em Santos, litoral paulista, onde cumpriria agenda de campanha. O jato Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, partira do Rio e caiu em área residencial.

Dois pilotos e quatro assessores também morreram, e sete pessoas em solo ficaram feridas. Os restos mortais removidos do local do acidente chegaram na noite desta quarta-feira (13) na unidade do IML (Instituto Médico Legal) na rua Teodoro Sampaio, no bairro Pinheiros, em São Paulo. A Aeronáutica investiga a queda.

Governador de Pernambuco por dois mandatos, ministro na gestão Lula, presidente do PSB e ex-deputado federal, Campos estava em terceiro lugar na corrida ao Planalto, com 8% no Datafolha. Conciliador, era considerado um expoente da nova geração da política.

O PSB tem dez dias para anunciar eventual substituição do candidato. Adversários na disputa, PT e PSDB já se preparam para enfrentar Marina Silva, a vice de Campos. Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) decretou luto oficial de três dias e afirmou que o acidente "tirou a vida de um jovem político promissor". Também presidenciável, Aécio Neves (PSDB) disse ter perdido um amigo.

Marina declarou que guardará dele a imagem de "alegria" e "sonhos". Campos morreu num 13 de agosto, mesmo dia da morte do avô, o também ex-governador Miguel Arraes (1916-2005). Campos deixa mulher, Renata Campos, e cinco filhos, o mais novo nascido em janeiro. "Não estava no script", disse Renata.


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