Folha de S. Paulo


Defesa Civil de BH diz que segurança tem prioridade sobre a Copa

O coordenador da Defesa Civil de Belo Horizonte, coronel Alexandre Lucas, afirmou neste sábado (5) que a desobstrução da avenida onde caiu um viaduto para a liberação do trânsito, em função do jogo da semifinal da Copa na próxima terça-feira (8), não é prioridade.

No acidente da última quinta-feira (3) com a queda do viaduto, duas pessoas morreram e 23 ficaram feridas.

Segundo o coronel, essa desobstrução só vai ser realizada se todas as condições de segurança estiverem garantidas, inclusive o que ele chama de "segurança social", que é o corte do concreto sem ameaça às famílias que moram nos quatro blocos de apartamento ao lado.

"A segurança é a prioridade, não é a liberação do trânsito para a Copa do Mundo", afirmou.

O jogo da Copa envolverá as seleções do Brasil e da Alemanha, e a avenida Pedro 1º, onde está o viaduto que desabou, é a principal via de acesso do aeroporto de Confins para o Mineirão, local da partida.

Apesar de a Secretaria de Obras ter dito que em 24 horas é possível cortar a alça que caiu em blocos e liberar a pista, a Defesa Civil não fixa prazo porque todo o trabalho será monitorado e poderá ser paralisado diante de qualquer ameaça de problema.

"Se uma porta desses apartamentos aqui ao lado agarrar [travar], pode ser sinal de que a movimentação das máquinas está afetando os prédios. Então vamos parar os trabalhos", disse o coronel.

A Polícia Civil entregou à Defesa Civil neste sábado um ofício com exigências e cuidados a serem cumpridos antes de se iniciar a demolição.

A preservação do local onde o pilar central afundou cerca de seis metros tem de ser isolada para ser periciada posteriormente. É preciso ainda fazer escoras e monitoramento topográfico permanente.

Quando as exigências forem cumpridas, a Polícia Civil avaliará e poderá liberar para os trabalhos de demolição.

O diretor do Instituto de Criminalística da Polícia Civil, Marco Antônio Paiva, afirmou que tecnicamente não há problemas de os trabalhos acontecerem no período noturno.

O coronel, contudo, disse que esse trabalho não deve ser realizado à noite por causa dos vizinhos, mas não fixou horários em que o serviço poderá ser interrompido.

Editoria de Arte/Folhapress

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