Folha de S. Paulo


Alckmin convida Kassab para integrar chapa

Em uma jogada para tentar trazer o apoio do PSD à sua reeleição, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), convidou publicamente, nesta quarta-feira (25), o ex-prefeito Gilberto Kassab para ser o candidato de sua chapa ao Senado.

O gesto, entretanto, colocou em xeque acordo costurado horas antes entre seu antecessor, José Serra, e presidenciável tucano, Aécio Neves (MG).

Na tarde de terça-feira (24), Aécio esteve no apartamento de Serra e defendeu que ele candidato ao Senado na chapa de Alckmin. O mineiro argumentou que a candidatura seria importante para fortalecer seu palanque no Estado e garantiu que, caso vença, Serra auxiliará o governo.

O ex-governador paulista disse sim à proposta. No dia seguinte, ficou sabendo pela imprensa que Alckmin havia formalizado o convite para a vaga a Kassab.

No Bandeirantes, o tema é tratado de forma pragmática. Alckmistas dizem que as conversas com o PSD são anteriores à disposição de Serra sair candidato ao Senado. Em maio, porém, o ex-governador frisou que tinha a vaga de senador como opção.

Danilo Verpa - 15.out.2012/Folhapress
Alckmin e Kassab na abertura da 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa
Alckmin e Kassab na abertura da 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa

Com a proposta, além de contrariar o acerto de Aécio, Alckmin abriu uma indisposição entre Kassab e Serra, seu padrinho político. Nos bastidores, o governador foi criticado por líderes do PSDB, inclusive o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Chamou a atenção dos tucanos o fato de que, no último sábado (21), Aécio teve uma reunião com Alckmin, FHC e o senador Aloysio Nunes (SP). Nela, foi acertado que todos defenderiam a indicação de Serra ao Senado.

Mas, depois disso, aliados do governador paulista voltaram a ventilar que Serra poderia ser vice de Aécio. A atitude, agora, é avaliada como uma tentativa de tirar do colo do governador o ônus criado pela oferta da vaga de senador a Kassab.

Aliados de Aécio acentuaram ainda que a oferta a Kassab ocorre depois de Alckmin ter dado a vaga de vice em sua chapa ao PSB, sigla de Eduardo Campos, que concorre contra o mineiro ao Planalto. Logo, se fechar com o ex-prefeito, o governador acrescentará ao seu palanque um nome que, nacionalmente, apoia a presidente Dilma Rousseff (PT).

O único consenso é que, após a conversa com Serra, Aécio restringiu a extensa lista de cotados para sua vice. Ao defender a candidatura ao Senado, o mineiro descartou uma composição com Serra na chapa nacional.

O mineiro também está empenhado em fazer Tasso Jereissatti, outro cotado a vice, senador pelo Ceará. Restam dois nomes entre os tucanos: Aloysio Nunes e a ex-ministra do STF Ellen Gracie. Aloysio lidera as apostas. Aécio, porém, tem dito ter "três opções" e que o outro nome está "guardado na cabeça".


Endereço da página: