Folha de S. Paulo


Justiça determina uso da força policial contra greve de ônibus em Natal

O Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Norte determinou nesta quarta-feira (25) que o sindicato dos trabalhadores garanta a circulação dos ônibus do transporte coletivo em Natal. A decisão judicial autoriza o uso da força policial caso seja necessário desobstruir os acessos às garagens das empresas de ônibus.

Os trabalhadores estão em greve há 14 dias.

A decisão, do presidente do tribunal, José Rego Júnior, será cumprida pela Polícia Militar a partir desta noite. Veículos com quatro policiais cada um serão enviados para a porta das seis garagens de ônibus em Natal. Os policiais vão garantir a entrada de motoristas e cobradores que queiram trabalhar.

A greve chegou a parar 100% dos ônibus na cidade em plena Copa do Mundo. Natal é uma das sedes da competição, mas não tem mais jogos do Mundial previstos.

Em assembleia marcada para a madrugada de quinta-feira (26), a direção do sindicato dos trabalhadores vai defender o fim da greve. "É uma decisão judicial, não podemos pagar multa", diz Nastagnan Batista, presidente do sindicato.

Apesar disso, Batista lembra que a decisão é dos trabalhadores e que o sindicato ainda negocia o pagamento salarial relativo aos dias parados.

Hoje, os ônibus de apenas uma das seis empresas circulou. Noventa por cento dos motoristas e cobradores pararam.

Com data-base em maio, motoristas e cobradores reivindicavam 16% de reajuste salarial e aumento no vale-refeição de R$ 197 para R$ 450. O IPCA acumulado foi de 6,28%.

O Tribunal Regional do Trabalho fixou reajuste salarial de 7,32% e R$ 10 de aumento total no vale-refeição.

Antes de determinar o uso da força policial para garantir a volta dos ônibus, o tribunal decretou a greve abusiva e estabeleceu multa de R$ 150 mil pelo descumprimento de liminar deferida anteriormente.


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