Folha de S. Paulo


PR adia para o fim do mês decisão sobre apoio presidencial

O PR adiou para o fim do mês a decisão sobre quem irá apoiar na corrida à Presidência da República nas eleições deste ano. Dividido entre quatro possibilidades, 122 delegados presentes na convenção nacional realizada neste sábado (21) em Brasília preferiu transferir para a executiva nacional a palavra final. Apenas 16 presentes votaram pela candidatura própria, com a indicação do senador Magno Malta (ES).

A medida foi tomada para se ganhar tempo e construir um acordo interno. A sigla está dividida entre permanecer na aliança com a presidente Dilma Rousseff, preferência da cúpula partidária, ou apoiar o candidato do PSDB, senador Aécio Neves, posição defendida por integrantes de Minas Gerais.

Algumas correntes no partido preferem o ingresso na chapa de Eduardo Campos, do PSB, ou o lançamento de uma candidatura própria, indicando o senador Magno Malta para a Presidência da República. O PR integra o governo desde 2002.

Os delegados presentes na convenção de hoje votaram em apenas duas opções: apoiar Magno Malta ou delegar a decisão para a executiva nacional, que é composta por 23 membros. Dos 32 deputados do partido, apenas 10 parlamentares estiveram presentes. Principal apoiador de uma mudança para a chapa de Campos, o deputado Anthony Garotinho não compareceu.

Segundo o presidente do partido, senador Alfredo Nascimento (AM), as ausências não inviabilizam e nem enfraquecem a votação. "A legislação estabelece que um convencional pode ter procuração. Todos os deputados que não vieram mandaram procurações. Não vejo nenhuma ilegalidade nisso", disse.

Com a decisão adiada para o fim do mês, cresce na legenda a possibilidade de uma migração para a chapa tucana. Integrantes do partido afirmam que há uma insatisfação generalizada com o governo da presidente Dilma. "Essa relação do partido com o governo ao logo do tempo não foi uma boa relação", afirmou Nascimento. Apesar da declaração, o senador é um dos principais apoiadores da manutenção da aliança com o PT.

Para Nascimento, se a legenda decidir por não permanecer no governo, o partido entregará imediatamente o cargo de César Borges, ministro dos Transportes. Na avaliação do senador, Borges nunca representou a bancada do PR na Câmara e por isso não haveria nenhum constrangimento com a sua saída.

Durante a convenção, o senador Magno Malta discursou na tentativa de garantir apoio dos correligionários. Para ele, o partido precisa se fortalecer e aumentar sua bancada no Congresso. Por isso, um candidato à Presidência seria uma vitrine maior para o partido. Ciente das poucas chances que teria na disputa presidencial –ele tem 2% das intenções de voto, segundo a última pesquisa Datafolha–, Malta afirmou que sua candidatura seria importante para levar o debate sobre a segurança pública para o plano nacional.

Sobre a ausência de quase um terço da bancada da Câmara, Malta atribuiu o esvaziamento à divisão interna e alfinetou os ausentes. "Esse é um momento de tomar coragem", disse.


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