Folha de S. Paulo


Manifestantes confrontam PM e usam coquetéis molotov em protesto no Rio

Manifestantes contra a Copa e policiais militares entraram em confronto nas ruas próximas ao estádio do Maracanã (zona norte do Rio) pouco antes do jogo entre Argentina e Bósnia, marcado para as 19h deste domingo (15). Um manifestante ficou ferido por uma bala de borracha, mas o ato já terminou.

Cerca de 200 manifestantes, segundo a Polícia Militar, sendo 50 mascarados, participaram do protesto "Fifa go home", convocado pela Frente Independente Popular, que reúne grupos de esquerda e anarquistas. A intenção do grupo era chegar ao Maracanã.

O ato se concentrou desde às 14h30 na praça Saens Peña, a pouco mais de dois quilômetros da arena. De lá, o grupo seguiu a partir das 17h45 até a avenida Maracanã seguidos por policiais do Batalhão de Choque.

Militares da inteligência da PM identificaram "black blocks" sem máscaras e sem roupas pretas. Um deles seria ainda integrante de uma torcida organizada do Flamengo.

Os manifestantes seguiram até a avenida Maracanã, na altura do shopping Tijuca, a um quilômetro da arena, onde foram bloqueados por homens do Batalhão de Choque, que lançaram duas bombas de gás lacrimogêneo e duas de efeito moral.

Os PMs batiam ainda nos escudos para afastar os manifestantes. Um helicóptero da PM sobrevoava o local e observava a movimentação do protesto. Homens da Força Nacional estavam de prontidão em vias que dão acesso à arena.

Como o bloqueio da PM começou apenas duas horas antes do jogo, a proximidade dos manifestantes do estádio surpreendeu os policiais envolvidos na segurança do evento.

Tasso Marcelo/AFP
Policiais afastam manifestantes com spray de pimenta
Policiais afastam manifestantes com spray de pimenta

Na fuga, eles jogaram três coquetéis molotov contra a rede elétrica. Em resposta, os policiais atiraram bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral para afastar o grupo. Eles se dividiram e fugiram para ruas internas do bairro.

Dos cerca de 50 mascarados, seis tinham escudos improvisados. Havia muitos jornalistas estrangeiros. A Polícia Militar acompanhava a manifestação com um contingente igual ao número de manifestantes. Alguns "black blocs" provocavam policiais.

Um manifestante levava a bandeira da Argentina, porque a ideia era torcer pelos vizinhos do país na Copa. Em 2013, o prefeito Eduardo Paes disse que "se mataria" caso os argentinos vençam a competição.

Bandeiras de METR (Movimento Estudantil Popular Revolucionário), de ideologia Maoísta, e também da Fist (Frente Internacionalista dos Sem-teto) eram carregadas pelos participantes do ato.

Cercados por PMs, 16 manifestantes conseguiram chegar à rampa de acesso ao metrô e gritavam palavras de ordem contra a Copa e a Fifa. Eram vaiados por torcedores que deixavam o estádio.


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