Folha de S. Paulo


Dilma diz que adversários querem 'surrupiar' programas do governo

A presidente Dilma Rousseff voltou nesta terça-feira (10) a atacar os adversários durante discurso na convenção do PMDB, em Brasília.

Sem citar nomes, assim como fez na convenção do PDT mais cedo, ela disse que "querem surrupiar" os programas do governo e afirmou que sempre que tiveram oportunidade "não fizeram e foram contra".

"Sempre tentando excluir os mais pobres, essa é a agenda deles. É a agenda do retrocesso. É essa agenda que querem apresentar ao Brasil." Ela citou, como exemplo de alvos da oposição, os programas Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, Prouni e Enem.

Dilma rechaçou a tese de que o PT e o governo estão ligados ao atraso. "Nós somos o avanço: o atraso são eles". Dilma rasgou elogios ao vice-presidente, Michel Temer, ao agradecer o apoio do PMDB aprovado em convenção à chapa dilmista em 2014. "Ele articulou consensos, ele sabe aproximar pessoas, sabe desarmar espíritos. O Temer desarma espíritos", disse a presidente.

Dilma disse, lendo seu discurso, que muitas realizações do governo se devem a parceria com o PMDB, mas destacou a parceria com Temer. " Eu queria agradecer porque tem uma coisa que não tem preço: a lealdade, companheirismo. É isso que eu agradeço ao Temer".

Pedro Ladeira/Folhapress
Dilma, Temer e o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), na convenção nacional do partido
Dilma, Temer e o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), na convenção nacional

A presidente ainda citou a parceria com diversos governadores do PMDB, como Roseana Sarney (Ma) e Luiz Fernando Pezão. Também elogiou o trabalho de Eduardo Paes, na prefeitura do Rio. Em resposta aos gritos da militância, que entoavam : "vai ter copa, vai ter tudo, só não vai ter segundo turno", Dilma respondeu: "Vai ter Copa, sim".

O PMDB aprovou a aliança por 398 votos contra 275 votos da ala que queria o rompimento. Chamou atenção de lideranças peemedebistas os 103 votos brancos e nulos. O resultado representa um constrangimento ao Planalto. Em 2010, o apoio peemedebista à chapa dilmista registrou 84%.

Principal aliado da petista, o PMDB ameaçava há meses o governo federal com uma derrota na convenção. Nos bastidores, caciques da legenda falam abertamente em rejeição à petista. A principal insatisfação da sigla é com os acordos com o PT nos palanques estaduais, além da cobrança por mais espaço na Esplanada.

Apesar das críticas, no entanto, o partido do vice-presidente da República ratificou o apoio à presidente.

Dilma só apareceu na convenção após o resultado ter sido anunciado pelo PMDB. Ela estava acompanhada pelos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Relações Institucionais), Thomas Traumann (Secom) e o presidente do PT, Rui Falcão.

APOIO DO PDT

Mais cedo, a petista recebeu o apoio do PDT, por unanimidade, em convenção nacional. Durante discurso, sem citar os nomes do senador tucano Aécio Neves (MG) e do ex-governador pernambucano Eduardo Campos (PE), ela classificou as tentativas de remodelar o Bolsa Família e o Mais Médicos de "oportunismo do mais deslavado nível".

O anúncio foi feito pelo presidente nacional da sigla e ex-ministro do Trabalho, Carlos Lupi, defenestrado em 2011 de seu próprio governo após acusações de irregularidades em contratos. A sigla garante a Dilma um minuto na propaganda eleitoral que será exibida no rádio e na televisão.


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