Folha de S. Paulo


Na TV, Aécio indica que não abriria mão de disputar segundo mandato

O pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, sinalizou ontem que, embora defenda o mandato de 5 anos e o fim da reeleição, pode não abrir mão do direito de disputar um segundo mandato, caso seja eleito neste ano.

"Eu não faria nenhuma questão da reeleição", disse ele ao "Roda Viva", da TV Cultura, completando: "O fato de disputar ou não a reeleição é uma decisão à frente".

Questionado sobre que medidas tomaria para conter a inflação, afirmou que não haverá nenhuma "paulada" nos preços administrados pelo Estado, caso seja eleito: "Ninguém vai fazer isso [reajustar os preços] de uma paulada. Precisamos de regras absolutamente claras. Será preciso iniciar um processo de redução da banda de inflação".

Segundo Aécio, "as medidas impopulares já foram tomadas pelo governo Dilma".

O senador disse que a partir de agosto pretende anunciar nomes que vão compor seu governo, mas não confirmou se o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga será seu ministro da Fazenda.

"Não vou anunciar ninguém agora. Armínio é um quadro extraordinário, mas não há nenhuma definição".

Questionado sobre programas do PT, como o Bolsa Família e o Mais Médicos, afirmou que pretende transformar o primeiro numa política de Estado, mas ir além: "Para nós o Bolsa Família é um ponto de partida. Para o PT é um ponto de chegada".

Sobre o Mais Médicos, declarou que é um programa bem-vindo, mas que não aceitará discriminação nos pagamentos feitos aos profissionais cubanos.

Questionado sobre menções nas redes sociais sobre uso de drogas, ele negou que tenha usado cocaína: "Jamais [fui usuário de cocaína]. Tenho uma vida da qual me orgulho muito. Tenho uma família extraordinária. Os que me conhecem vêm me reelegendo há 30 anos. Não conseguem dizer que sou desonesto, que sou incompetente. Têm de dizer alguma coisa".

Ele disse que é contra a descriminalização da maconha: "Fernando Henrique está à vontade para fazer esse debate, mas não é a minha posição. Não é uma agenda que atenda à expectativa do cidadão brasileiro. Não sou à favor da descriminalização".


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