Folha de S. Paulo


Motoristas e cobradores de Salvador mantêm paralisação

Motoristas e cobradores de Salvador descumprem decisão judicial e mantem nesta quarta-feira (28) paralisação de 100% da frota na capital baiana.

Na terça-feira (20), a Justiça determinou que a categoria mantivesse 70% dos 2.500 ônibus nos horários de pico e 50% nos demais horários. Caso contrário, foi determinada multa de R$ 100 mil por dia aos grevistas.

Usuários que foram para terminais de ônibus na manhã desta quarta-feira (28) em Salvador ficaram frustrados com a falta de ônibus nas ruas: 100% da frota está nas garagens das empresas. Ao todo, 1,5 milhão de pessoas dependem do transporte coletivo na cidade.

Apenas 300 ônibus do transporte complementar emergencial estão circulando na cidade, onde a maioria dos pontos de ônibus e estações estão praticamente vazias, comparando-se com os dias normais.

Na Estação da Lapa, a maior da cidade, com movimentação diária de 500 mil pessoas, o servente de condomínio André Neves, 58, estava a uma hora esperando o ônibus. "Achei que por causa da decisão judicial fosse ter ônibus, vim cedo para cá, mas até agora nada", disse.

A estudante Larissa Souza, 21, também achava que teria ônibus na estação. Ela foi para o local esperar uma condução para levar a filha de dois anos ao hospital, mas a ausência do transporte coletivo a deixou decepcionada.

Na ausência do transporte público, empresas privadas estão ajudando funcionários a chegarem ao local de trabalho. Uma academia de ginástica, por exemplo, mandou um carro buscar na Estação da Lapa o professor de educação física Edgar Santana, 22.

A Folha percorreu vias de grande movimentação na capital baiana, como as avenidas Bonocô, Costa e Silva, Vasco da Gama, Anita Garibaldi e Centenário e não havia movimentos de ônibus. Na rua Jota Jota Seabra, no bairro Sete Portas, um grupo de cerca de 50 rodoviários se concentraram em frente a garagem de uma das empresas de ônibus. Eles disseram que estavam a espera de um comunicado da classe patronal sobre reajuste salarial para, então fazer uma assembleia com a categoria.

Os rodoviários querem aumento de 12% no reajuste salarial, tíquete alimentação de R$ 17 e participação nos lucros. Querem também redução da carga horária de 8 para 7 horas.

Editoria de Arte/Folhapress

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