Folha de S. Paulo


Campos diz que programas sociais são usados para 'terrorismo eleitoral'

Pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos afirmou nesta terça-feira (27) que as políticas sociais dos governos do PT são utilizadas para fazer "joguetes" e "terrorismo eleitoral", principalmente com os mais pobres.

Durante palestra para empresários da indústria farmacêutica, em São Paulo, o ex-governador de Pernambuco disse que irá manter programas como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, vitrines da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff, mas ponderou que as práticas são "insuficientes".

"As conquistas sociais foram tão relevantes, tão importantes, e ainda são insuficientes porque você tem desigualdades gritantes nesse país. Nós temos que consolidar as conquistas das políticas sociais que hoje passam a ser utilizadas como joguete eleitoral, com foco no medo, sobretudo para os mais pobres, que vivem submetidos a um verdadeiro terrorismo eleitoral", afirmou.

Para atrair o eleitorado mais pobre, Campos tem utilizado a estratégia de elogiar políticas sociais do governo petista e firmado o compromisso de que, caso eleito, irá manter grande parte delas.

Ao se apresentar como terceira via e na tentativa de se descolar da polarização entre PT e PSDB, o ex-governador afirmou que o Brasil precisa de mudanças mas que "o novo não se faz em cima do nada, a gente se faz com o que já existe".

"O que precisa é mudar o padrão da política. Não estou aqui agredindo a política, que é da onde venho. O novo não se faz em cima do nada, a gente se faz com o que já existe. Nós precisamos é ter coragem de dizer: 'desse jeito não está dando para fazer'", declarou.

Esse discurso de Campos dialoga com o da ex-senadora Marina Silva, candidata a vice na sua chapa, que costuma dizer que nada se faz a partir do zero e que a construção política está baseada sempre em uma "reciclagem".

MAIS MÉDICOS

O pré-candidato fez uma critica contundente ao programa Mais Médicos, que traz profissionais estrangeiros para atuar nos rincões do país. Para Campos, o debate criado foi "imperdoável".

"Não podemos resumir os problemas [da saúde no Brasil] à importação de mão de obra, nem criar um ambiente de hostilidade", disse. "O governo não tinha o que apresentar e optou por um movimento que foi politizado", completou.


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