O pré-candidato do PSB ao Planalto, Eduardo Campos, prometeu nesta segunda-feira (5) incluir mais famílias no programa Bolsa Família, além das 13,8 milhões inscritas atualmente no programa de renda mínima implantado no governo do PT.
"Nenhum pré-candidato vai alterar a política do Bolsa Família, a não ser para melhorar, porque tem pessoas que estão na fila há anos esperando o direito à sua Bolsa Família e não recebem. Tem muitas pessoas assim", disse ele.
A declaração de Campos, em entrevista à rádio Itatiaia, foi uma das muitas que ele tem dado desde que iniciou um dia de peregrinação pela região metropolitana de Belo Horizonte para receber homenagens nas câmaras municipais de BH e Contagem, ofertada por aliados, e falar para empresários em Nova Lima.
Ao discursar na Câmara de BH, sempre com críticas ao governo federal, o presidenciável do PSB afirmou que "nós percebemos o avançar da redução das desigualdades foi estancado".
Especificamente sobre o Bolsa Família, Campos disse, em entrevista, que "essa conquista ninguém vai mexer". "O que acontece é que em tempo de eleição tem um bocado de gente fazendo terrorismo: `Olha, se a candidata oficial [Dilma Rousseff] não ganhar, vão mexer no Bolsa Família'. Coisa nenhuma", afirmou ele.
Na semana passada, o também pré-candidato opositor à Presidência Aécio Neves (PSDB-MG) defendeu o programa Bolsa Família dizendo que ele é "definitivo" e que o PSDB "quer mais". O Bolsa Família atende a famílias em situação de pobreza, com renda per capita de até R$ 140 por mês, e as de extrema pobreza (de até R$ 70 mensais).
O valor médio do benefício é de R$ 152,75, associado a contrapartidas como frequência escolar dos filhos. Segundo a proposta de orçamento deste ano, o programa transferirá R$ 23,9 bilhões a cerca de 13,8 milhões de famílias.
MANIFESTO DO PSB
Mais cedo, Campos disse que o manifesto do PSB deve ser alterado até 10 de junho, quando ocorrerá a convenção partidária. Trechos do manifesto, de 1947, que define os princípios do Partido Socialista Brasileiro preocupam a coordenação da pré-campanha de Campos. O documento defende "socialização dos meios de produção" e limites à propriedade privada.
Esses trechos são alvos de ataques contra o partido na internet, o que levou o coordenador de comunicação da pré-campanha, Alon Feuerwerker, a enviar e-mail a Campos ontem sobre o tema. Na mensagem, flagrada pela Folha durante evento do pessebista com a Juventude do PPL (Partido Pátria Livre), no Rio, Feuerwerker questiona se é possível alterar o manifesto na convenção da sigla, evento em que a candidatura de Campos à Presidência será oficializada.
"Estamos preparando programa de governo que tem claros compromissos com a ordem econômica que está aí, com a estabilização da economia. E, nesses encontros, nós temos interesse de fazer esse debate para mudar o nosso programa", afirmou Campos.