Folha de S. Paulo


Acreditamos 'mil vezes' na Petrobras, diz presidente da estatal

A presidente da Petrobras, Graça Foster, pediu nesta segunda-feira (14) apoio a funcionários da estatal e disse acreditar "mil vezes" na empresa.

"Nós acreditamos na Petrobras, acreditamos na Petrobras, acreditamos mil vezes na Petrobras. Isso é prova que amamos muito o Brasil. Nesse momento quero apenas pedir muita energia de vocês", afirmou.

Foi o primeiro discurso público da presidente da Petrobras desde o início da onda de denúncias e da crise política envolvendo a empresa.

Foster participou, ao lado da presidente Dilma Rousseff (PT), de cerimônia de viagem inaugural e batismo de navios petroleiros no porto de Suape (PE).

Sem fazer menções diretas às denúncias envolvendo a empresa, Foster disse ainda que tem lido na imprensa "muitas notícias positivas sobre a Petrobras". Afirmou que essa suposta visibilidade positiva é "fruto do investimento e opção do governo federal em investir no país".

Graça Foster elogiou os funcionários presentes à cerimônia e disse ter "certeza" de que continuarão "crescendo e fortalecendo" a empresa.

"Vocês são responsáveis por tudo que conseguimos até aqui. E tenho certeza que vamos continuar juntos crescendo e fortalecendo esta empresa. Pois esta é uma opção do governo federal feita desde 2003 pelo presidente Lula e continuada pela presidente Dilma."

O valor de mercado da Petrobras deu um salto entre os governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010): era de R$ 8,96 bilhões em 1994, chegando a R$ 54,45 bilhões em 2002 e atingindo seu maior valor, R$ 380,28 bilhões, em 2010, quando o preço do petróleo explodiu e a empresa ainda festejava a descoberta do pré-sal. Atualmente, o valor de mercado da estatal está em R$ 179 bilhões, menos da metade do que valia em 2010.

A presidente da Petrobras deverá ir nesta terça-feira (15) ao Senado para depor na Comissão de Assuntos Econômicos, dentro de estratégia do governo para "baixar a temperatura" da crise envolvendo a estatal e ganhar tempo para "inviabilizar" o funcionamento de uma CPI para investigar a empresa.

CRISE POlÍTICA

A Petrobras está no centro de uma crise política por questionamentos sobre a aquisição, pela estatal, da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), e também por desdobramentos da operação Lava Jato, da Polícia Federal, focada em contratos da petroleira.

Na sexta-feira, a Folha revelou a existência de um documento apreendido pela Polícia Federal que sugere que empresas ligadas à Petrobras faziam repasses a partidos políticos.

No centro das investigações das operações estão o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, ambos presos na Operação Lava Jato, da PF. Costa é suspeito de coordenar a distribuição de propina em contratos da Petrobras e foi preso por tentar destruir documentos que supostamente o incriminavam.

Editoria de Arte/Folhapress

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