Folha de S. Paulo


Preocupação com a saúde cai 11 pontos, aponta Datafolha

A preocupação dos brasileiros com a área da Saúde, um dos focos do governo Dilma, teve queda de 11 pontos, segundo a mais recente pesquisa Datafolha. Apesar disso, a saúde ainda é a principal preocupação dos entrevistados –o índice atinge 34%.

Em fevereiro, quando foi divulgada edição anterior à atual pesquisa, a taxa era de 45%, o que mostra queda de 11 pontos. Durante a onda de protestos em junho de 2013, o índice era de 48%, o mais alto da série histórica do Datafolha. Se comparado a este período, a percepção recuou 14 pontos desde as manifestações.

O governo Dilma tem entre suas prioridades o programa Mais Médicos, que ampliou a contratação de médicos, principalmente estrangeiros, para atender às cidades do interior do país. Lançado pelo Palácio do Planalto um mês após os protestos, o Congresso Nacional aprovou ainda em outubro o programa, que se tornou a principal bandeira eleitoral da presidente Dilma Rousseff à reeleição e, também, do pré-candidato ao governo paulista, Alexandre Padilha, na época, ministro da Saúde.

Em recente artigo publicado na seção "Tendências/Debates", o atual ministro da Saúde, Arthur Chioro, destacou que o Brasil atingiu em abril deste ano a meta de 13 mil médicos a mais nas unidades básicas de saúde, consolidando um programa que provocou um vivo debate acerca do SUS (Sistema Único de Saúde).

Editoria de Arte/Folhapress

O levantamento de 2 e 3 de abril mostrou ainda que a Segurança Pública é vista como o segundo maior problema no país, apontado por 20% dos brasileiros. Na sequência, figuraram a Corrupção (13%), a Educação (11%), o Desemprego (5%) e a Fome (3%). As demais opções somaram 12% e 2% disseram não saber responder.

Já o apoio da população aos recentes protestos realizados no país cresceu em abril. De acordo com o Datafolha, 57% são favoráveis às manifestações, contra 35% que são contrários. O levantamento aponta também que 6% são indiferentes e 2% dizem não saber responder.

Em fevereiro, 52% disseram ser favoráveis aos protestos, enquanto 42% se posicionaram contra. O percentual de indiferentes era de 4% e 2% disseram na época não saber responder.

O Datafolha fez 2.637 entrevistas em 162 municípios. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. A pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral com o código BR 00064/ 2014.

"MAIS MÉDICOS TUCANO"

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), sanciona hoje uma lei complementar à lei da carreira médica de 2012. Pelo novo texto, aprovado na semana passada na Assembleia Legislativa, os médicos que trabalharem em locais periféricos passarão a receber um bônus de 30% sobre o salário inicial da categoria -cerca de R$ 1.900.

Considerada uma espécie de Mais Médicos tucano, a lei está sendo sancionada às pressas. Para ficar dentro do prazo do calendário eleitoral para alterações no salário de servidores, ela precisa ser aprovada até amanhã.

O projeto tucano deve ser usado por Alckmin para fazer frente ao programa federal Mais Médicos -principal vitrine eleitoral de Alexandre Padilha (PT), ex-ministro da Saúde e provável rival de Alckmin na corrida pelo governo paulista deste ano.

A proposta foi anunciada por Alckmin sete meses depois do Mais Médicos de Dilma. A primeira audiência pública com a classe médica foi realizada dia 18 de março -menos de um mês depois, ela já será aprovada.


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