Folha de S. Paulo


Jefferson recebe 'dieta alternativa' e tem cela individual

O ex-deputado Roberto Jefferson, preso após condenação no caso do mensalão, passou a primeira noite no Instituto Penal Coronel PM Francisco Spargoli Rocha, em Niterói (RJ), numa cela individual de 6 m².

A Secretaria de Administração Penitenciária afirmou, por meio de sua assessoria que "foi feita por nutricionistas uma dieta alternativa, buscando atender as necessidades do preso".

Jefferson diz precisar de alimentos especiais, sem gordura, em razão das cirurgias a que foi submetido para tratamento do câncer, que reduziram seu aparelho digestivo.

A dieta motivou pedido de prisão domiciliar pelo ex-deputado, o que foi negado pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa.

O seu advogado, Marcos Pinheiro de Lemos, não foi localizado pela Folha para comentar o tratamento dado a Jefferson em seu primeiro dia na cadeia.

De acordo com o defensor público Felipe Lima, do Núcleo do Sistema Penitenciário da Defensoria Pública, a dieta de Jefferson será adaptada com os ingredientes oferecidos nas cadeias.

"O cardápio licitado pela secretaria não tem salmão. Mas os nutricionistas vão buscar outro alimento dentro do oferecido que possa suprir esse item", disse Lima, em referência a uma das opções indicadas por
Jefferson para sua dieta.

A família poderá levar comida pronta ou frutas para o ex-deputado, durante as visitas, que ocorrem três vezes por semana. É vedado apenas a entrega de alimentos que exigem preparo.

A secretaria não informou se há outros presos que também recebem dieta especial.

A unidade escolhida para abrigar o ex-deputado é considerada uma das mais tranquilas do sistema carcerário fluminense. Ela abriga majoritariamente, segundo o defensor público, pessoas presas por não pagar pensão alimentícia.

De acordo com a secretaria, a unidade tem capacidade para 192 pessoas e está ocupada por 120 presos. Ele dormiu numa cela individual, mas pode circular pela unidade durante o dia.

O presídio também tem celas coletivas, com até três pessoas. A secretaria não informou o critério de escolha para instalação dos detentos.

Jefferson foi condenado a sete anos e 14 dias de prisão em regime semiaberto e multa de R$ 720,8 mil pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Para sair durante o dia da cadeia, ele precisa estar empregado. Antes de ser levado pela polícia, o ex-deputado disse que ainda não tinha nenhuma oferta de trabalho.


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