Folha de S. Paulo


Aécio organiza sessão no Congresso para comemorar 20 anos do Plano Real

De olho na herança do Plano Real para a sua campanha à Presidência da República, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) organizou sessão do Congresso nesta terça-feira (24) para comemorar os 20 anos do plano. Embora o Real tenha começado a circular oficialmente em julho de 1994, os tucanos anteciparam as comemorações para manter o tema em destaque em ano eleitoral.

O PSDB considera o dia 27 de fevereiro como o "marco" do Plano Real, quando foi editada há 20 anos a medida provisória que instituiu a URV (Unidade Real de Valor) –unidade de referência monetária que deu o pontapé nas mudanças econômicas.

Com o aval da cúpula tucana, Aécio quer adotar na campanha o discurso em defesa do Plano Real. A ideia do partido é insistir no discurso de que o PT "herdou" uma estabilização econômica que teve início com a implantação do Real, idealizado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Na sessão solene, os tucanos vão defender o legado da gestão Fernando Henrique e disparar críticas aos dois governos do PT, tanto à presidente Dilma Rousseff quanto ao ex-presidente Lula.

"Todos eles [do PT] eram contra o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal. Agora, como filhos pródigos, gastam todos os bens que conquistamos. As finanças estão de mal a pior. É isso que vamos recordar, a história", disse o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), um dos autores do pedido para a realização da sessão solene, ao lado de Aécio.

Para o deputado Carlos Sampaio (PSDB-PR), o Plano Real é uma "herança bendita" que precisa ser celebrada pelo partido. "É uma herança bendita do PSDB e do governo FHC para a gestão petista, que, infelizmente, não soube dar valor e hoje temos de volta o fantasma da inflação e da economia estagnada", afirmou.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que o PSDB precisa cultivar seus "grandes feitos que são apropriados indevidamente pelo PT". "O Real foi um divisor de águas, inaugurou um novo conceito de administração pública com responsabilidade fiscal", afirmou.

Fernando Henrique confirmou presença na cerimônia, assim como integrantes da equipe que elaborou e implantou o Real, como o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco e Elena Landau.

O ex-governador José Serra ainda não confirmou presença, mas foi convidado por Aécio. Serra demonstrou publicamente apoio ao nome do senador tucanono final do ano passado, depois do impasse sobre sua eventual candidatura ao Palácio do Planalto.

Mesmo com a declaração pública, o ex-governador vem se mantendo distante das articulações do grupo de Aécio na pré-campanha do senador à Presidência.


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