Folha de S. Paulo


Em segundo dia de trabalho, Delúbio se encontra com amigos petistas

Sérgio Lima/Folhapress
O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares vai ao seu segundo dia de trabalho na CUT Nacional
O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares vai ao seu segundo dia de trabalho na CUT Nacional

No segundo dia de trabalho fora da prisão, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, condenado no processo do mensalão, chegou mais cedo à CUT (Central Única dos Trabalhadores) e reencontrou antigos amigos. O ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) e o deputado Roberto Policarpo (PT-DF) estiveram no escritório da central, em Brasília, e conversaram com Delúbio rapidamente.

Ambos afirmaram que o petista está bem adaptado à rotina e afirmou estar bem. "Ele está bem, tem afinidade com a CUT. Ele se sente em casa na CUT", afirmou Policarpo ao deixar o local. Ele informou que esteve na central para discutir a campanha salarial dos servidores públicos deste ano. "Não fui à sala do Delúbio, só o encontrei no corredor e o cumprimentei", disse.

Advogado da CUT atualmente, Greenhalgh esteve no local para conferir informações sobre processos e audiências. Ele contou conversou rapidamente com Delúbio enquanto ele tomava um café no corredor. "Dei um abraço nele porque somos amigos", disse. Greenhalgh voltará ao escritório na próxima semana e afirmou que terá mais tempo para conversar.

Vestindo uma camisa polo vermelha, Delúbio chegou à CUT às 7h50 da manhã. Mesmo podendo ir até um restaurante próximo, ele manteve a decisão de não sair para almoçar. Um auxiliar do escritório da CUT foi até um restaurante localizado em frente ao prédio onde Delúbio estava e serviu quatro marmitas. O restaurante self-service cobra R$ 32 por quilo e a conta total das refeições foi de R$ 93.

Ao término do expediente, Delúbio deixou o prédio onde está a CUT, em uma zona central de Brasília, vestindo camiseta social branca. Ele seguiu para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP) para dormir. O local é destinado aos presos que possuem trabalho externo ou saída temporária autorizada pela Justiça.

Delúbio começou a trabalhar como assessor da direção nacional da CUT ontem, após ficar dois meses preso no Complexo Penitenciário da Papuda. O emprego lhe renderá um salário de R$ 4,5 mil e ajudará na redução da pena.

Delúbio não falou com a imprensa. Ele cumpre pena de seis anos e oito meses em regime semiaberto por corrupção ativa. O STF irá analisar recurso sobre condenação por formação de quadrilha.

Segundo a CUT, Delúbio produzirá relatórios para sindicatos e confederações. Ganhou uma mesa com computador e ramal, e terá e-mail. Ele já foi tesoureiro da CUT.

Delúbio é o primeiro petista a conseguir o benefício, que ajuda a reduzir a pena. A cada três dias de trabalho, um dia é abatido da pena. Ele ainda terá que pagar uma multa de R$ 466,8 mil.


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