Folha de S. Paulo


Policiais federais promovem 'Dia das Bruxas' em protesto contra Planalto

Policiais federais promovem nesta quinta-feira (31) uma série de manifestações pelo país contra o que apontam como "sucateamento" da instituição pelo governo federal.

A mobilização foi batizada de "Dia das Bruxas da PF", e envolve a distribuição de panfletos com reivindicações e paralisações parciais de atividades.

A Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais) afirma que o governo Dilma Rousseff promove "boicote oficial" aos agentes da corporação em represália a ações anticorrupção. Critica falta de investimentos, transferência de funções para outras instituições, como Exército e Força Nacional, e afirma que os reajustes salariais da instituição são inferiores aos do funcionalismo federal.

No Paraná, cerca de 70% dos policiais federais aderiram à paralisação de 24 horas. Somente um efetivo mínimo se manteve em atuação. Os policiais fizeram uma pequena manifestação no centro de Curitiba pela manhã, em que distribuíram panfletos à população.

Em Belo Horizonte, agentes da Polícia Federal também fazem paralisação parcial. Desde as 9h, policiais passam pela barraca montada em frente à superintendência mineira do órgão, na região oeste da cidade, para protestar contra o "sucateamento" da corporação em Minas Gerais, traduzido, segundo o sindicato, pelo baixo efetivo policial.

A movimentação dos agentes, contudo, não interferiu em serviços à população, como o de emissão de passaportes, afirmou o sindicato. Ainda na tarde desta quinta, agentes devem fazer manifestação no aeroporto de Confins, onde trabalham somente quatro policiais federais durante os plantões.

Cerca de 150 policiais federais ligados ao Sinpof-CE (Sindicato dos Policiais Federais do Ceará) fizeram um protesto pela manhã em Fortaleza, em frente ao prédio da superintendência da PF, no bairro de Fátima.

Eles reclamaram das condições "precárias" do edifício do órgão, confirmada em relatório do Ministério Público do Trabalho que aponta, entre outros, riscos de choques elétricos e desabamentos.

No Recife, cerca de 20 policiais distribuíram panfletos perto do prédio da superintendência da capital pernambucana. O mesmo número fez o mesmo no aeroporto e em Caruaru (interior do Estado).

Em Manaus, o Sindicato dos Policiais Federais do Amazonas informou que não haverá paralisação, pois cerca de 80% dos policiais participam de operação fora do Estado, inviabilizando o efetivo mínimo que precisa continuar trabalhando em paralisações.

No Rio Grande do Sul, os agentes da PF também fizeram protestos por reajustes. Na sede, em Porto Alegre, um ato foi promovido no saguão do prédio pela manhã. Em delegacias do interior gaúcho, os policiais fizeram panfletagem e espalharam faixas e cartazes.

Na Bahia, a PF está paralisada desde quarta-feira (30), quando foi realizada uma audiência pública na Assembleia Legislativa para debater as condições de trabalho da categoria. Não houve protestos da categoria no Estado nesta quinta-feira, mas escrivães, agentes, peritos e papiloscopistas não trabalharam.

A estimativa do Sindipol-BA (Sindicato dos Policiais Federais do Estado da Bahia) é que 60% da categoria tenha aderido à paralisação. "Temos uma equipe qualificada, mas falta estrutura para fazermos um bom trabalho. Imagine que a Bahia tem a maior costa do Brasil, mas a PF não tem nem sequer uma embarcação para fazer fiscalização", afirmou Dernival Cruz, diretor do Sindpol-BA.


Endereço da página:

Links no texto: