A Justiça revogou nesta segunda-feira (7) a prisão preventiva do doleiro Fayed Traboulsy, que está no presídio da Papuda, em Brasília.
Ele foi preso pela Polícia Federal na Operação Miqueias, deflagrada no dia 19 de setembro, sob suspeita de participar de um esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos de fundos de pensão que teria movimentado R$ 300 milhões em um ano e meio.
Segundo o advogado do doleiro, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, o juiz da 8ª vara criminal de Brasília declinou a competência do processo para o Supremo Tribunal Federal, por terem dois deputados investigados com prerrogativa de foro privilegiado, e revogou a prisão preventiva de Fayed, o que será estendido a todos os demais.
Fayed já foi comunicado da decisão e deve ser solto hoje. A decisão beneficia ainda os acusados Marcelo Toledo, Sandra Maria da Silveira, Carlos Marzola e Flávio Júnior.
Na última sexta-feira o MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) apresentou denúncia na 8ª Vara Criminal de Brasília contra Fayed e a delegada Sandra Maria da Silveira, da Polícia Civil do Distrito Federal, por corrupção e lavagem de dinheiro.
Escutas da Polícia Federal, as quais a Folha teve acesso, mostram que Sandra teria recebido R$ 50 mil de propina do doleiro para comprar um Toyota Hillux.
"A análise das provas obtidas demonstra que a delegada recebeu vantagem indevida destinada a parte do pagamento do veículo", diz relatório do Ministério Público.