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Processo poderá levar 'anos a fio', diz PGR

Contrária à validade dos recursos que permitiriam um novo julgamento de réus condenados pelo mensalão, a Procuradoria-Geral da República teme que o processo se arraste "por anos a fio" se o STF (Supremo Tribunal Federal) aceitar avaliar os embargos infringentes.

"Espero que encerre amanhã [hoje], senão vai se prolongar anos a fio", disse à Folha a procuradora-geral interina, Helenita Acioli, no fim da sessão de ontem.

Helenita já declarou estar preparada para pedir a prisão dos condenados ao regime fechado tão logo acabe a possibilidade de recursos.

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Ministros ouvidos pela Folha dizem acreditar que, se os recursos forem aceitos, o julgamento não acaba antes do final do próximo ano. Já Marco Aurélio Mello prevê mais cinco meses para o término da análise.

Ontem, o ministro Gilmar Mendes reclamou da demora do julgamento, que se arrasta no STF desde 2007. "Estamos todos exaustos desse caso", disse.

Advogados de diferentes réus deixaram o Supremo ontem dizendo acreditar que eles terão uma nova chance.

"Há apenas uma perspectiva muito favorável para que isso aconteça. Vamos ver a continuação para termos um posicionamento mais técnico", disse Alberto Zacharias Toron, advogado do deputado federal João Paulo Cunha (PT), um dos réus que podem ser beneficiados.

"A expectativa de Justiça não pode estar condicionada a penas de condenação. Se entendermos que o STF deva pura e simplesmente ouvir a voz das ruas, é melhor acabar com o Supremo. As ruas é que têm que ouvir o Supremo", disse o advogado.

Editoria de Arte/Folhapress

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