Folha de S. Paulo


José Genoino ganha manifesto de apoio

Condenado a 6 anos e 11 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal, o deputado federal José Genoino (PT-SP) ganhou apoio de um abaixo-assinado subscrito pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, e pelo presidente do PT, Rui Falcão.

"Estamos aqui para dizer em alto e bom som que José Genoino é um homem honesto, digno, no qual confiamos", diz o texto, que se apresenta como um "abraço-assinado" e está disponível na internet, por onde é possível aderir à iniciativa. Havia 922 nomes até as 20h de ontem.

STF adia análise de recurso que pode levar a novo julgamento para 12 condenados
Genoino pede aposentadoria por invalidez na Câmara dos Deputados

"Estamos aqui porque José Genoino traduz a história de toda uma geração que ousa sonhar com liberdade, justiça e pão", prossegue.

"Genoino personifica um sonho. O sonho de que um dia teremos uma sociedade em que haja fraternidade e todos sejam, de fato, iguais perante a lei", diz o texto.

Os apoiadores incluem ainda o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), os ex-ministros de Lula Franklin Martins (Comunicação) e Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), o crítico literário Antonio Candido e um irmão de Lula, Frei Chico.

Anteontem, Genoino foi um dos condenados no mensalão que tiveram o recurso de redução da pena rejeitado pelo STF, junto com o ex-ministro José Dirceu e outros.

Na quarta-feira, o STF retoma a votação sobre o segundo e último lote de recursos, que pedem novo julgamento no caso de 12 condenações por placares apertados, entre as quais a de Genoino.

Diante da iminência de cumprir pena em regime semiaberto, em que teria de dormir na cadeia, ele planeja pedir prisão domiciliar, alegando motivo de saúde.
Aposentadoria

Nesta semana, Genoino pediu à Câmara aposentadoria por invalidez, alegando graves problemas cardíacos.

Em julho, Genoino, 67, fez uma cirurgia cardíaca e esteve internado por alguns dias no hospital Sírio-Libanês. Caso seja atendido, Genoino ficará sem mandato, mas terá uma aposentadoria de R$ 26,7 mil, maior que a que tem direito hoje (R$ 20 mil).

Em janeiro, Genoino provocou polêmica ao assumir uma cadeira de deputado federal, dois meses e meio após ter sido condenado pelos crimes de corrupção passiva e formação de quadrilha.

Em 2010, ele havia sido eleito suplente de deputado, com 92.326 votos.

Genoino era o presidente do PT na época do mensalão, esquema ilegal de financiamento político organizado pelo partido para corromper parlamentares em troca de apoio, segundo o Supremo.

André Borges - 9.abr.2013/Folhapress
O deputado federal José Genoino durante sessão da CCJ na Câmara dos Deputados no mês de abril
O deputado federal José Genoino durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça na Câmara dos Deputados em abril

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