Folha de S. Paulo


Passo inicial de pacto para frear manifestações tem menos prefeitos que o esperado

O primeiro passo do pacto nacional proposto pela presidente Dilma Rousseff a prefeitos e governadores começou com força abaixo do esperado. Apenas 12 prefeitos, sendo 7 de capitais, compareceram a uma reunião convocada pela FNP (Frente Nacional de Prefeitos), preparatória para encontro com a presidente, marcado para as 16h desta segunda-feira (24), no Palácio do Planalto, naquele que o governo vê como ponto de partida para uma solução para a crise gerada pelas centenas de manifestações que tomam conta das ruas do país nas últimas duas semanas.

Ontem, o presidente da FNP e prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), disse à Folha que mais de 20 prefeitos de capitais tinham confirmado presença nessa reunião prévia, realizada em um hotel de Brasília.

Na reunião esvaziada, os prefeitos decidiram adotar medidas de transparência em relação à planilha de custos dos contratos dos municípios com as empresas de transporte coletivo.

O resultado do esvaziamento é que a reunião durou menos de duas horas, e não foi divulgado nenhum ponto de consenso que será levado à apreciação da presidente Dilma. Antes do encontro, Fortunati disse aos jornalistas que apresentaria as propostas consensuais na reunião. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), em rápido contato com a imprensa, disse que seria uma "deselegância" falar sobre as propostas antes de apresentá-las a Dilma.

O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), disse que parte dos prefeitos já tinha assumido outros compromissos, e que a reunião foi marcada em cima da hora. Perguntado se, numa situação de urgência como a de agora, em que a presidente busca soluções para arrefecer as manifestações, não seria o caso de desmarcar compromissos, Lacerda concordou, mas disse que as demandas desses prefeitos poderão ser apresentadas posteriormente.

"Eles poderão apresentar suas demandas separadamente". disse o prefeito da capital mineira, numa linha contrária à pregada pela Frente Nacional de Prefeitos, que busca propostas de consenso, até para facilitar a adoção dessas medidas.


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