Folha de S. Paulo


Grupo de militares fará protesto contra 'desmoralização' das Forças Armadas

Um grupo de militares marcou para o dia 11 de junho um protesto em Brasília contra o que tem chamado de "desmoralização" das Forças Armadas no país.

O objetivo principal é reivindicar reajuste salarial de 28,86% e a aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 300, que iguala o piso salarial de todos os policiais estaduais do país.

O ato está sendo organizado pela Associação Nacional dos Militares do Brasil, organização criada há cerca de dois anos por militares da ativa e da reserva.

"Como nada foi resolvido sobre o reajuste, decidimos tomar uma posição mais drástica. Pelas vias da conversa o governo não está nos ouvindo", afirma o presidente da associação, Marcelo Machado, que cita a questão salarial como um dos fatores da desmoralização das Forças Armadas.

O grupo também critica a criação da Comissão da Verdade, que investiga violações de direitos humanos praticados em especial durante a ditadura militar. Para Machado, o governo Dilma Rousseff tomou atitude "revanchista" ao criar a comissão.

Militar reformado, Machado diz que o problema da Comissão da Verdade é investigar apenas as violações cometidas por agentes do Estado. "O governo com essa comissão só quer apurar um lado da verdade", afirma.

Ele lembra que a maioria dos militares hoje não participou do regime terminado em 1985. "Boa parte do efetivo só conhece o período militar por livros de histórias."

A associação espera reunir de 3.000 a 4.000 manifestantes, a maioria de militares reformados e familiares.

"O pessoal da ativa que comparecer vai estar fora do serviço. Será uma manifestação pacífica. Ninguém vai aparecer armado", garante.

A data do protesto foi escolhida por causa da Batalha Naval do Riachuelo, ocorrida em 11 de junho de 1865 e que é considerada uma das mais importantes da Guerra do Paraguai (1864-1870).


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