O presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão, defendeu ontem a reforma do Judiciário, o qual chamou de "conservador". Ao participar de solenidade de filiação ao partido, ele disse que o STF (Supremo Tribunal Federal) é o "exemplo máximo" desse conservadorismo.
E conclamou velhos petistas e os recém-filiados a "criar condições na sociedade" para que a reforma seja realizada.
"Há reformas importantes a fazer. Nós temos um Judiciário conservador, cujo exemplo máximo é o Supremo Tribunal Federal que diz que dá a última palavra em tudo. Quem dá a última palavra é o soberano, e o soberano é o povo, que vota, elege seus representantes e quer também exercer o poder diretamente", discursou Falcão.
No dia 24, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou a admissibilidade de proposta do petista Nazareno Fonteles (PI) que limita o poder do STF. À época, Falcão disse que a medida não fora oficialmente discutida pelo partido. Mas elogiou a ideia.
Ontem, na cerimônia realizada no auditório da sede nacional do PT, Falcão afirmou que, ainda que partido esteja há dez anos no poder, há necessidade de mudanças.
"Chegamos ao governo. Mas há ainda muitas estruturas que precisam ser modificadas", disse ele, usando a dificuldade de aprovação da MP dos Portos como prova dos obstáculos enfrentados para a realização de mudanças.
Para a campanha eleitoral, Falcão orientou os novatos a "fazer comparação dos dois Brasil. Antes e depois de Lula".
Na presença do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, Falcão louvou ações da administração de Lula e da presidente Dilma Rousseff.
"É por isso que a mídia conservadora já não influi tanto nas eleições. Ela nos acossa. Ela nos ataca. Mas cada vez mais pessoas acreditam no nosso projeto", disse.
Citando discurso de véspera do ex-presidente Lula, Falcão afirmou que a imprensa "é mais oposição do que os partidos de oposição". "E torcem contra o Brasil".