Folha de S. Paulo


Em SC, Feliciano reclama de manipulação e se diz perseguido

O pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) disse neste domingo (28) em Camboriú (79 km de Florianópolis) que está sendo vítima da imprensa e que suas declarações têm sido manipuladas.

Ele citou como exemplo o episódio em que, durante um culto, chamou a atenção de um fiel que doou o cartão e não deixou a senha --- foi em 2008, no mesmo congresso de missões que participa neste domingo.

Marco Feliciano é protegido por seguidores durante evento em SC
Vídeo mostra pastor Marco Feliciano pedindo senha de cartão de fiel

"Foi aqui nesta tribuna que falei do cartão. Mas minha fala foi manipulada e o vídeo foi editado. Esta tribuna é a mais séria do Brasil", declarou.

Naquele ano, na 11ª de suas 16 participações no congresso, Feliciano recebia ofertas de dinheiro e até de motos, quando chamou a atenção do fiel. "Samuel de Souza doou o cartão, mas não deixou a senha. Aí não vale. Depois vai pedir milagre para Deus, Deus não vai dar, e aí vai falar que Deus é ruim."

Neste domingo, o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara disse que "já percebeu que tudo que fala vende" e, ironizando o trabalho dos jornalistas, pediu uma salva de palmas.

"Vou deixar para falar o principal só hoje à noite. Todos [jornalistas] vão ficar me esperando. O que eu vou falar vai mexer as estruturas do inferno."

Feliciano falou para um publico de pelo menos 10 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar. A maioria chegou antes das 8h e esperou até as 12h para ouvir o breve pronunciamento dele.

Muitos dos seguidores acompanharam a participação do pastor em quatro telões espalhados pelo Centro de Camboriú, cidade de 62.361 habitantes que, entre 20 de abril e 1º de maio, período do congresso missionário, espera receber 150 mil pessoas.

O 31º Congresso Internacional de Missões é organizado pelos Gideões Missionários da Última Hora, grupo que diz fazer benfeitorias no mundo com as doações recebidas nos cultos. O slogan é "A colheita ainda não acabou, Avante!".


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