Folha de S. Paulo


Para Lindbergh, candidatura do PT no Rio é boa para Dilma

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) rebateu nesta sexta-feira (26) as críticas de que sua candidatura ao governo do Rio possa comprometer a aliança nacional do PT com o PMDB nas eleições de 2014.

Durante encontro dos prefeitos fluminenses com ministros do governo federal, no Palácio Guanabara, Lindbergh defendeu seu nome como mais uma opção que reforça o palanque da presidente Dilma Rousseff no Rio.

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Sergio Lima - 21.mar.12/Folhapress
Petista Lindbergh Farias, em cerimônia no Senado
Petista Lindbergh Farias, em cerimônia no Senado

"Nós estamos já com quatro palanques da Dilma no Rio de Janeiro e isso ajuda. Ruim é quem não tem palanque", afirmou. "Para Dilma, compromete de que forma? Ela vai ter palanque do [vice-governador] Pezão [PMDB], palanque do Lindbergh, talvez o palanque do Garotinho [PR], o palanque do Miro Teixeira [PDT]".

Para Lindbergh, a notícia recente de que o secretário estadual de Segurança do governo Sérgio Cabral (PMDB), José Mariano Beltrame, teria aceitado ser o vice na chapa do atual vice-governador, Luiz Fernando Pezão, mostra que o PMDB já desistiu de pressionar o PT por uma aliança entre os dois partidos.

"Eles sabem que nós temos o nosso direito de ter candidatura", afirmou. "Começa a haver esse entendimento [no PMDB], nas próprias especulações de chapa deles já começam a trabalhar com outros cenários".

O senador afirmou que o PT está unido em torno de seu nome para a disputa de 2014. "Nós estamos muito consolidados, o PT do Rio tem uma grande unidade em relação à candidatura, o PT nacional também".

Durante o evento, Lindberg circulou cumprimentando prefeitos ao lado de alguns de seus principais aliados dentro do PT estadual, os deputados federais Jorge Bittar, ex-secretário de Habitação da cidade do Rio, e Luiz Sérgio, ex-ministro da Pesca. A ex-governadora e deputada federal, Benedita da Silva (PT), também acompanhava o grupo.

A aproximação do senador com políticos da base aliada do governador Cabral foi criticada pelo deputado federal Hugo Leal (PSC), vice-líder do governo na Câmara. "Estou preocupado com vocês, estão muito próximos do pessoal do PT", afirmou Leal a políticos do PP.

O senador comentou ainda as Caravanas da Cidadania, série de visitas que vem promovendo às cidades do Estado como estratégia de aproximação com a população. De acordo com ele, a ideia das Caravanas "foi sugerida pelo próprio [ex-]presidente Lula". Ele afirmou que a iniciativa será usada para confeccionar o futuro programa de governo. "Meu foco não é só a baixada, mas acho que, infelizmente, há uma concentração muito grande de investimentos na zona Sul e na Barra da Tijuca [no Rio] em qualquer área, investimento em transporte público, policial por habitante", disse em crítica ao governo de Cabral.

No mesmo evento, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), cotado para disputar o governo paulista, elogiou em discurso o vice-governador Pezão como "um amigo e companheiro" que aproximou o governo do ex-presidente Lula ao governo estadual do PMDB.

A parceria entre o governo federal e o Estado do Rio foi o mote também do discurso da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Ela afirmou que o Rio sob a gestão Cabral é o Estado com o maior índice per capta de investimentos federais. Dirigindo-se ao governador, Ideli classificou a aproximação federal com o Rio como um caso de sucesso. "Ele exige que eu o chame de Serginho", disse.


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