A ex-senadora Marina Silva criticou nesta quarta-feira (27) a falta de propostas dos pré-candidatos à Presidência em 2014.
"Me sinto feliz de poder estar discutindo propostas, ideias. Quando você fica fixado apenas na eleição e no voto das pessoas sem discutir as alternativas, faz com que a política fique estagnada", disse Marina, após realizar o registro de Pessoa Jurídica do partido Rede Sustentabilidade, em Brasília.
Dilma não entende nova economia, afirma Marina
Leia a transcrição da entrevista de Marina Silva à Folha e ao UOL
| Lula Marques/Folhapress |
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| Marina Silva registra estatuto de seu novo partido |
A antecipação do debate eleitoral de 2014 se estabeleceu após o ex-presidente Lula lançar na última quarta-feira (20) a candidatura à reeleição da presidente Dilma.
No mesmo dia, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), cotado para disputar a próxima eleição, lançou críticas ao atual governo ao apresentar "13 fracassos" do PT no governo.
Tido com um possível adversário de Dilma, o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, viu também os irmãos Ciro e Cid Gomes criticarem a possibilidade de o partido deixar a base do governo para encampar uma candidatura própria.
No ato de registro do partido, Marina disse que um dos diferenciais da Rede é o fato de a legenda ser composta por minorias políticas.
"A maior parte das pessoas é de cidadã e cidadão que não aguentam mais o monopólio da política exercitado pelos partidos como é feito hoje", disse a ex-senadora.
Marina, no entanto, pouco falou das propostas citando que um dos objetivos é ter "lideranças multicêntricas".
No estatuto registrado ficou uma brecha sobre a questão da Ficha Limpa. Entre as possibilidades de aceitação de filiados estão os casos em que a pessoa foi condenada por participação em movimentos sociais.
De acordo com o documento, uma comissão estabelecerá as hipóteses adicionais de inelegibilidade para aceitação no quadro de filiados --como condenações por crimes de corrupção, improbidade administrativa, tráfico de drogas, entre outros.
ASSINATURAS
Compareceram ao cartório para o registro os deputados Alfredo Sirkis (PV-RJ), Walter Feldman (PSDB-SP) e Domingos Dutra (PT-MA).
Esse ainda é um primeiro passo para a criação do partido. Para que a Rede saia do papel é preciso a coleta de cerca de 500 mil assinaturas em nove Estados.
Marina Silva só poderá disputar a próxima eleição pela Rede se conseguir o registro oficial do Tribunal Superior Eleitoral até outubro deste ano.
Segundo André Lima, um dos coordenadores da legenda, a expectativa é que até o fim de maio todas as assinaturas sejam coletadas.
Segundo integrantes do partido, desde o lançamento, ocorrido no último dia 16 de fevereiro até o hoje, 32.363 pessoas já baixaram na internet a ficha para coleta de assinatura.
De acordo com Pedro Ivo, coordenador de Organização da Rede, uma das dificuldades encontradas é o fato de as pessoas acharem que ao assinarem a ficha estarão se filiando.
"Estamos colocando em todas as fichas que não há filiação, porque senão as pessoas não assinam", disse.
No início da semana, o partido alugou duas salas de 30m2 em um prédio comercial no centro de Brasília, onde funcionará a sede nacional.